Belém, Outubro de 2013 (dia de um reencontro muito especial)
Assim que o avião começou a sobrevoar a foz do Sado a paisagem vista da mínuscula janela encheu-se daquela luz que só Lisboa tem. Aiiii, e já sei que sou uma melga porque repito sempre isto mas Lisboa é tão boa, tão bonita, tão única. Porque será que não há lá forma para todas as botas? Aproveitem vocês que estão ai e fazem de Lisboa e de Portugal um lugar deveras especial...A luz só por si não brilha sem vocês. FELIZ NATAL
Sou
descaradamente uma entusiasta de Espanha. Embora seja de todo contra esse sonho
esquiziofrénico chamado União Ibérica, acho fantástico cada passinho dado no
sentido das duas culturas tão pluripintas, mas ao mesmo tempo tão gémeas entre
si, se aproximarem. É tão bom quando Portugal e Espanha se deixam seduzir entre
si sem preconceitos e sobranceirismo ou sentimos de inferioridade.
Foi
há cinco anos quando assisti à primeira mostra de cinema espanhol, no Cinema São
Jorge. Naquele ano “Ay Carmela” e “14 Kilómetros” ficaram gravados na minha
retina, creio que para sempre.
Estava
a pouco mais de dois meses de partir para Espanha e, nas horas vagas,
dedicava-me a ser autodidata e a aprender espanhol por minha conta, com a
preciosa ajuda do Sabina e do Fito. Vivia no Largo de São Carlos e partilhava
casa com a Denise, a Sónia, a Lisa, o Mimi e um rato não convidado. A Bea tinha partido depois
do DocLisboa dedicado aos nossos amados Balcãs. Quando perguntava aos meus
amigos espanhóis referências cinematográficas de cinema espanhol todos me
diziam que me deixasse disso, que o cinema espanhol era só mamas, cús e
drogados, em suma, nada digno de memória.
Não
foi exactamente o que senti naquela noite lisboeta de Outono quando me dirigi à
minha casa no Chiado abalada pela perfomance da Carmen Maura e uma abordagem tão
directa à Guerra Civil Espanhola. Nessa noite acenderam-se vários interruptores
na minha alma que até hoje, felizmente, continuam acesos, tais como a minha
paixão legionária pelo cinema espanhol.
Mais
tarde, já em Madrid e com o cartão da biblioteca municipal, requisitei dezenas
de filmes. Escolhia ao calhas e, como os espanhóis, não consomem cinema
nacional, normalmente tinha todos os filmes disponivéis para mim. Alguns foram
autênticas banhadas, outros fomentaram a minha fidelidade. Arrisquei-me fora de
Espanha, experimentei o cinema hispânico e tropeçei no Ricardo Darín: “El secreto de tus ojos”, “El baile de la Victória”, “Kamchatka” e “El hijo de la novia”, este
último aborda o Alzheimer e, por razões muito pessoais, fez-me chorar o tempo
todo. Mas há tantas referências e tão bons actores. “Lunes al Sol”, com o
Bardem e o Luis Tosar. “Los santos inocentes” e “Las verdes praderas”, com
Alfredo Landa etc...
O
cinema espanhol está de volta a Lisboa. Este ano não vou estar lá mas deixo-vos
aqui o link do anúncio, porque o site ainda não está disponível. Vai decorrer
entre os dias 5 e 9 de Dezembro, em Lisboa e no Porto, e este ano há muitos mais
filmes que nos certames anteriores.
Felizmente,
nesse fim-de-semana, vou receber em Dublín a visita dum amigo lisboeta, também
ele entusiasta da cultura espanhola. Somos tão cromos que muitas vezes falamos
em espanhol e, portanto não dúvido que faremos uma homenagem à nossa maneira a
esse mundo que tanto nos apraz.
"3 bodas de más": vi este filme no festival do ano passado e posso afirmar que a história dessa muchacha podia muito bem ser a minha...muito resumidamente, ela tem muitos namorados, todas as relações acabam e ela vai-se tornando amiga e confidente de todos. Vai sendo convidada para ir aos casamentos deles e parece que a felicidade insiste em não lhe bater à porta, até que...
Volto e parto outra vez e de cada vez que volto sinto que sou um
vaivém espacial mal sucedido porque por muito que tente levantar voo, cada vez
que dou de caras com Lisboa, espatifo-me toda no chão.
Talvez fosse o ar Outonal que a acompanhava reverendamente, deixando-a
perdida entre o fumo das castanhas, como uma miragem, o certo é que assim que
saí pela porta da Estação do Rossio, pensei “Oh
my God és tão linda Lisboa”. Bom, não seria por algo tão concreto como a
estação do ano, porque eu tenho sempre essa mesma sensação mesmo que seja no
pico do Verão. Lisboa continua a ser a cidade mais bonita onde vivi e que
visitei. É majestosa sem que seja necessário ser imperial. Uma metáfora do
próprio fado do povo, dos bairros pobres.
E à noite, depois de ter passado o dia entre conversas e bicas com
amigos que tiraram preciosos minutos dos seus dias para me verem, caminhei
desde as Portas de Santo Antão até ao Cais e subi pelo Alecrim, baixei o Chiado
e fui dar ao Rossio, com a mesma sensação de estupefação que Lisboa me
provoca sempre, quando vivo e não vivo nela. Na última temporada que passei em
Portugal, quando me aborrecia de ver o Tejo e o Panteão da minha janela da
Penha de França, descia à cidade e passava longas horas a caminhar por essas
ruas, sem jamais me aborrecer. Sou uma frikie de Lisboa e, até hoje, só
encontrei um frikie como eu, que me acompanhava mano a mano nessas deambulações
citadinas e sem horas( Diogo, o que será feito de ti louco?)
Casa do Alentejo
Com a Ruth tomei um moscatél na Casa do Alentejo, nas Portas de
Santo Antão. Já não ia lá há alguns anos e encontrei algumas novidades. A
lojinha continua lá, assim como o toucador, aka, W.C feminino no seu melhor
estilo frou-frou. Contudo, parece que
o restaurante do primeiro andar está fechado, tendo sido substítuido por uma
tasquinha que está no R/C à direita, assim que terminamos de subir as escadas.
Não vou falar outra vez da minha congénita paixão pelo Alentejo. Embora
ache que este antigo palacete estilo mourisco fica muito aquém das pobres casas
de adobe das minhas tias velhinhas, a intenção é a melhor e desde os cantares
alentejanos que dão a música ambiente ao edifício, até aos queijinhos
conservados em azeite (como deve de ser), a Casa do Alentejo é o sítio perfeito
para se ter uma conversa em sussurro com a mais genuína intenção de mudar o
mundo, sabendo à partida que não o mudaremos. Mas as mulheres somos assim,
quando nos juntamos, sem nos darmos conta, já estamos a fazer a diferença.
fonte: manuelacolaco.blogspot.ie
Descontos no cinema
No Sábado foi a vez de me dedicar às minhas pessoas preferidas. Perguntei
o que queriam fazer no meu último dia e
sugeri que fossemos ao teatro. Qual não foi o meu espanto, quando muito
encabulados, acabaram por admitir que não gostam nada de teatro. Fiquei com o
coração partido porque adoro teatro e gostava que eles adorassem também, mas ao
mesmo tempo agradeci a sinceridade. A sinceridade é sempre a melhor recompensa
e o melhor remédio para tudo. Por isso, e depois de pormos os pontos nos is, dedicámo-nos a uma tarde de cinema
no Cascaisshopping.
Não sei se sabem, mas há uma série de cinemas que fazem desconto
no segundo bilhete ou até o oferecem mediante apresentação do cartão Nos ou do
cartão da CGD. O cartão do Sporting também dá direito a 50% de desconto num
bilhete. Como as três entradas foram tão baratas, comprámos um grande balde de
pipocas e um IceTea gigante e divertimo-nos como loucos a ver “Os Monstros dasCaixas” e a fazer blhherk de cada vez que o “Larápio” inchava. Para aqueles que não
querem gastar dinheiro nos extras, sugiro que comprem as pipocas doces do Pingo
Doce. Custam uma pechincha e são muito melhores que as dos cinemas.
Para aqueles que gostam de levar as crianças ao teatro, sugiro que
consultem aqui a agenda do grupo de teatro Chão do Olivo, em Sintra.
E ainda...
1. Já há algum tempo que me perguntava porque chamam Terreiro do Paço à Praça do Comércio. Descobri que antes do terramoto de 1755, os reis habitavam os edifícios amarelos e, portanto, era o Paço. Depois do terramoto, foi construído um palacete provisório na Ajuda, ao qual chamaram "a real barraca" por o mesmo ser de madeira. Mais tarde, "a barraca" ardeu, e os reis com receio dum novo terramoto e, não querendo misturar-se com a plebe que negociava com os barcos de comérico chegados ao Terreiro do Paço, decidiram fixar residência oficial em Queluz ou Mafra. Assim, o espaço ficou reservado às transações comerciais e, daí, passou a designar-se Praça do Comércio. Mais tarde, já no século XX, albergou diferentes ministérios públicos. Hoje em dia é um espaço de consumo(para ricos) e lazer. A nossa Praça do Comércio é um espaço metamórfico e uma espécie de museu a céu aberto. Estando debaixo do Arco a olhar para o rio como se a Praça fosse um quadrado, sugiro que visitem os cantores inferiores esquerdo e direito. Vão tropeçar na História...
2. Na Culturgest começa dia 19 deste mês a Festa do Cinema Romeno. Não sei se todos podem entender o humor balcânico e surreal dos filmes romenos, mas um olhar sem preconceito pode revelar uma grande e divertida surpresa. Vejam aqui a programação. Adoro este filme, que embora não sendo romeno, foi gravado na Roménia e vai muito ao encontro do tipo de filmes que se fazem por lá.
Quero dizer viva o Santo António, o santo padroeiro de Lisboa e, quase que arrisco a dizer, o português mais globalizado, embora a grande maioria dos que falam dele não saibam que ele é um português genuíno (seja lá o que for que isso significa). Nasceu em 1195 em Lisboa com a graça de Fernando Martins de Bulhões. Imagino que seria o típico beto do seu tempo porque teve acesso a uma educação de excelência e morreu em 1231 em Pádua, Itália, por isso é conhecido como Santo António de Lisboa ou Santo António de Pádua.
É igualmente conhecido por ser o santo casamenteiro por excelência, embora a minha colega da Venezuela me tenha dito recentemente que lá o Santo António é conhecido por trazer namorados que mal tratam as mulheres.
Bom, mas vamos ao cerne da questão que eu não vim para aqui falar de santos, que vocês sabem qual é a minha opinião sobre esses assuntos....O que eu quero é falar da alegria e folia do Santo António, em Lisboa.
Há anos que não tinha a oportunidade de desfrutar das festas da minha cidade e este ano estava claro que não podia faltar. Algumas semanas antes já as ruas estavam enfeitadas e prontas para receber os arraiais mas o que mais me surpreendeu foi a neblina de fumo e o maravilhoso cheiro a sardinhas assadas que cobria toda a cidade. Não me lembrava desse detalhe.
Depois do trabalho juntei-me com uns colegas e fomos, depois de petiscar numa casa particular no coração de Alfama, para o bailarico no Largo da Graça. Por lá estivémos até quase às 5h da manhã. O clima, que tinha andado mal disposto, nessa noite estava ao rubro e a lua cheia enchia o céu. Impossível ficar em casa a dormir.
12/06/2014 no entardecer
No meu ponto de vista, o mais bonito destas festas lisboetas é o cariz tradicional inesperado por se tratar de uma capital. A verdade é que Lisboa nestes dias se transforma, ainda mais, numa aldeia pitoresca, mais pequena e tradicionalista que uma aldeia sem nome perdida no meio da serra. E é bom ver turistas misturados com os castiços dos bairros e as ruas cheias como em nenhum outro dia do ano.
Há muitos, muitos anos eu também fiz parte das marchas populares. Fui a mascote das marchas de São Marcos e até hoje lembro as músicas e aquela confusão à volta das marchas, a ilusão com que os fatos e os arcos eram preparados.
Ontem à noite, quando alguém encontrava um conhecido no meio da multidão, a pergunta de ordem era "Em que rio é que vieste?", "Qual é o teu rio?".
Com o intuito de juntar as pessoas na rua, na noite em que se cumpriam 40 anos do primeiro dia do resto das nossas vidas, vários colectivos organizaram a iniciativa "Rios do Carmo". A ideia tinha como base juntar vários grupos, com diferentes temáticas, como vários braços de um rio, que mais tarde, desaguariam no Largo do Carmo. O objectivo era comemorar em conjunto, em sociedade e comunidade a alegria da nossa revolução. Como já é apanágio nosso- portugueses- o objectivo foi conseguido de forma pacífica e, para mim, emocionante.
Folgo em saber que o 25 de Abril para muitos não é sinónimo de cheiro a naftalina. Aliás, há bastante gente mais jovem do que eu (que nasci quase uma década depois da revolução) que acudiu ao chamamento. Há outros que se fazem acompanhar de filhos pequenos, o que demonstra não só a vontade de transmitir os valores do 25 de Abril, como também a confiança de ir a uma manifestação sabendo à partida que será pacífica porque ninguém está disposto a levar um filho a uma revolução pensando que poderá haver violência.
Embora a data seja um marco histórico é impossível romper o vínculo com a política. Ontem mais do que manifestações partidárias, os portugueses quiseram também mostrar que somos mais que meras vítimas dos nossos carrascos. Não somos só devedores. Temos ideias e estamos a ver o que nos estão a fazer. Fico particularmente feliz por ver a lucidez com que as pessoas olham para personagens (perigosos) como Paulo Portas.
Deixo-vos aqui algumas fotos dos rios de gente que desaguaram no Carmo:
Três meses volvidos sobre o meu regresso eis o momento de fazer uma abordagem à realidade da minha cidade. Depois de cinco anos como turista em Lisboa, estou de volta. Não está a ser uma volta tão intensa como eu esperava, ora por falta de dinheiro para alinhar em programas outdoor, ora por falta de companhia, já que a realidade dos meus amigos portugueses mudou bastante nos últimos anos, ora porque já não desfruto tanto da solidão absoluta.
Mesmo assim, quando há três meses voltei para casa, percebi algumas mudanças positivas e que são visíveis a olho nú.
Em África aprendi uma grande lição que eu espero que se instale no meu carácter para sempre. Lá na terra do Pandza aprendi que o copo está sempre meio cheio. Por isso, embora hajam muitas coisas criticáveis, decidi fazer um "apanhado" de aspectos e costumes sociais dos lisboetas que considero que sofreram uma melhoria significativa e que ajudam a que cada vez mais nos pareçamos um país do século XXI sem que, contudo, percamos a nossa identidade.
Lisboa, cidade da Tolerância
Dizer que Lisboa é a cidade da Tolerância por excelência ainda me parece um pouco exagerado, mas na capital continua-se a respirar multiculturalidade e, cada vez mais, os portugueses de todas as cores têm uma atitude de respeito e civismo para com os outros.
fonte:olhares.sapo.pt
A reabilitação
Não sei de quem é a culpa. Ouvi dizer que o presidente do município, um tal de António Costa, é o culpado da boa cara que Lisboa começa a ter.
Em cada rua, em cada beco, já há edifícios recuperados ou em via de recuperação. Afinal, debaixo das fachadas okup@das pelos pombos existem edíficios elegantes, dignos de postal e capazes de fazer corar de vergonha outras cidades bastante mais famosas.
Lisboa: novo destino turístico
Que boom de turistas é este que torna a cidade tão bonita, tão movimentada, tão alive?
Antigamente só os nuestros hermanos nos vinham visitar e algum ou outro americanóide perdido na velha Europa. Agora há gente de todas as partes: brasileiros, eslavos, franceses e italianos (estes últimos dois aos magotes), americanos etc...
É um prazer ter-vos por cá. A vossa presença traz mais cor às nossas vidas ( e mais trabalho também...)
A Rádio em Portugal
Como já vos tinha aqui, a rádio em Espanha é um meio de comunicação abominável no que concerne à música. Em Moçambique idem idem e, inclusivé, escasseam espaços de debate intelectual.
Em Portugal a rádio, mesmo as frequências mais mainstream, são muito ecléticas. Passam todos os estilos de músicas e há horas e horas de conversa. Enfim, a rádio em Portugal continua a exercer o seu papel de janela para o mundo e para a revolução (de ideias, leia-se).
Made in Portugal
Afinal o nosso país tem muito mais que mil e uma maneiras de cozinhar bacalhau.
Meu Deus, de onde saem tantas ideias, tantos materiais e tudo tão giro? E os preços são cada vez mais competitivos.
Na verdade, à excepção da Zara (não consigo abdicar da Zara), quando quero procurar algum presente original ou algo fora de comum para vestir ou comer, instintivamente já procuro as lojas de distribuição de produtos nacionais.
Não é, pois, de admirar que o comércio tradicional esteja a viver uma espécie de nova "idade dourada". E a verdade é que é um prazer entrar nas lojinhas de antigamente, encontrar um empregado que também é de antigamente e comprar bolachinhas às gramas, perfume a decilitros e sabonetes de enxofre que há uns anos já eram impossíveis de encontrar e que tanto bem fazem às impurezas da pele.
Eu estou encantada com a minha porta do lado, a "Mimosa da Penha" e com o Pedro que me vende carcaças como as de antigamente.
Fashionismo, ou o bom aspecto
As pessoas estão muito mais bonitas, mais cuidadas e com melhor aspecto.
Embora, muito a meu pesar, se vejam cada vez mais fashionvictims nas ruas da cidade, podem-se encontrar pessoas muito originais na maneira de vestir sem terem nem aquele ar cinzentão de antes, nem um aspecto estereotipado. Há também cada vez mais criadores profissionais e amadores que apresentam sugestões.
Já quase a terminar este post, não poderia deixar de mencionar a minha querida comunidade africana. Aquela que, no meu ponto de vista, traz mais ruído ao nosso mundo tactiturno; que traz mais cor, mais cheiros e mais movimento à nossa doce melancolia lusitana.
Pois bem, a mim parecem-me cada vez mais integrados, cada vez melhor recebidos. Os "zébonés" já não metem medo a ninguém. Devagarinho vão-se afirmando através do intelecto e, neste ponto, como sempre, as mulheres vão muuuuuito mais à frente que eles.
Homens portugueses
Gordos, magros, feios, bonitos, altos, baixinhos, os homens portugueses continuam a ser os mais doces na hora de dar um piropo a uma mulher. Logo, com o tempo são todos farinha do mesmo saco, portugueses, espanhóis, chineses etc..., mas na hora de apreciar uma mulher continuam a ser GRANDES, sedutores e sem roçarem a vulgaridade. Agradece-se muito que continuem como sempre, como dantes ( até o piropo à trolha é mais doce em Portugal).
detalhe de muro no Cais do Sodré
Podem ler mais piropos aqui e aqui Depois de beber de tantas culturas quase me sinto uma estrangeira no meu próprio país. Gosto mais dele quando estou fora, confesso. Os salários e as dificuldades estruturais do dia a dia minam a vontade de ficar cá que costumo ter quando não estou, no entanto, se me dessem a opção de voltar a nascer, não tenho dúvidas que escolheria Portugal para ser a minha Pátria, o meu berço para sempre. E Lisboa continua a ser ante os meus olhos curiosos a cidade mais bonita que já vi. Ainda continuo a querer casar com ela. Só não sei quando...
Vista para o Tejo e para a cidade desde o interior da Fundação José Saramago fonte: google.pt
Há qualquer coisa no Saramago que me emociona. Admito que parte dessa emoção seja fruto dos remorsos que sinto. Como já vos contei, durante muito tempo ignorei a sua obra e vida, em parte porque cresci num contexto social e numa geração para quem o Saramago trazia a sensação de sabor amargo da traição ( "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" foi publicado em 1992) e a dificuldade de ter obras de leitura obrigatória que, segundo o mito, estavam desprovidas de pontuação e que posteriormente seriam tema de avaliação nos exames nacionais, logo, à partida, uma porta directa para o chumbo. "Um pequeno país, uma grande língua." J.S
Também, parte da emoção que o mundo Saramago me provoca prende-se com o facto da obra dele me ter sido generosamente apresentada por um amigo com quem, casualmente, me reencontrei no dia do meu aniversário, em 2010, o dia da morte do escritor. Menos de dois anos depois esse amigo também desapareceu trágicamente num acidente de moto...
Se na vida após a vida existirem encontros oxalá eles se encontrem. Tenho a certeza que o José haveria de apreciar muito a companhia do Álvaro.
"Mas não subiu para as estrelas se à terra pertencia."ultima frase d´O Memorial do Convento
Desde que voltei para Portugal que a Fundação José Saramago me parecia tentadora.
Despois desfrutei do imponente interior do edificio e do ambiente de homenagem ao escritor.
A exposição é uma mistura de edições dos livros em diferentes línguas, de objectos pessoais que decoraram os espaços onde o escritor viveu e trabalhou, de entrevistas dadas a diferentes meios de comunicação de diferentes países e, claro está, um destaque especial para o momento de atribuição do Prémio Nobel da Literatura, em 1998.
A medalha com o perfil de Albert Nobel que ele recebeu, assim como documentos audiovisuais do momento da entrega do prémio e o discurso sobre os Direitos Humanos que ele proferiu, em Estocolmo, estão em exposição.
Eu chorei o tempo todo. Chorei porque é um escritor extremamente humano e humanista, distinto das etiquetas que, por vezes, ainda insistem em colocar-lhe. Na exposição está patente a preocupação do homem e do escritor pelo mundo que o rodeava e, sobretudo, pelas pessoas, sempre as pessoas.
Penso talvez que essa seja a maior surpresa para aqueles que desconhecem quem foi Saramago e que, ao aproximarem-se do seu universo, vão descobrir que por detrás da aparência algo fria e seca, estava um homem capaz de aquecer corações, fazer rir e despertar consciências. Capaz de nos fazer ver que o caminho do bem é possível e viável, não obstante o pessimismo. Que tu+eu é uma fórmula possível e universal independente das religiões ou crenças. É uma fórmula feita de Amor e que um mundo bonito e perfeito mas sem Amor é um mundo vazio. "Os livros levam dentro uma pessoa, o autor." J.S.
Esta é a minha interpretação pessoal (e emocionada) de José Saramago e do seu legado. "Eu creio que estamos necessitados efectivamente de uma insurreição (...) sim uma insurreição ética, mas não no sentido corrente moralizador porque no fundo seria ir pelo mesmo caminho. Eu diria, antes, uma ética de responsabilidade."J.S.
Túmulo de José Saramago, frente à Fundação fonte: google.pt
Numa conhecida pastelaria do centro de Braga sentei-me e pedi uma bica e um pastel de Nata. Ao meu lado um grupo de pessoas que estavam a ser entrevistadas por um senhor jornalista de uma rádio. A dado momento, o jornalista diz assim aos seus interlocutores:
"Epá, eu gosto é de ver os Lisboetas a chegarem à nossa cidade e ficarem logo calminhos. Até parecem outros cará...Os gajos vêm para aqui com o rei na barriga" Os interlocutores parecem concordar e respondem quase em uníssono: "Pois é pá, têm a mania que são bons só porque são da capital". E o jornalista contínua: "Chegam aqui e até ficam impressionados cará...Pensam que somos todos uns bimbos. Bimbos são eles que demoram 1 hora a chegar a casa, metidos no trânsito, enquanto que nós demoramos 5 minutos e...e...se há muito trânsito, se não demoramos menos cará..." Olhei para ele com cara de poucos amigos a ver se ele se tocava mas o jornalista estava convencido da sua superioridade moral sobre os lisboetas e seguiu com o seu role de barbaridades. Oh senhor secalhar é por pessoas assim, tão preconceituosas, que os lisboetas chegam a Braga a pensar que vocês são todos uns bimbos. Se tivéssemos realmente tantos preconceitos em relação aos bracarenses, não acha que preferiríamos gastar os nossos euros e os nossos preciosos dias de férias em capitais de europeias de culto??? Epá, ora diga lá se não tenho razão, cará...??
Atenção: este homem foi a única aberração que presenciei em Braga. Em geral as pessoas foram bastante amáveis e sempre que foi necessário ajudaram-me a "encontrar o meu caminho".
Depois de dar uma vista de olhos nas estatísticas e, considerando que há excepção de uns franceses demasiado barulhentos eu era a única visitante, acho que posso afirmar que o Museu do Oriente, em Lisboa, é uma pérola ignorada pela larga maioria da população portuguesa. É uma pena já que ao longo da exposição repartida em 2 pisos, são dadas explicações culturais numa linguagem bastante acessível sobre a História de Portugal com o Oriente, sobre as religiões autóctones e a sua (pouca) miscigenação com o Cristianismo e ainda, numa exposição de carácter temporal, sobre o Chá.
A exposição que pretende revisitar a presença dos portugueses na Ásia apresenta como testemunhos diversos objectos artísticos e documentais. Gostei particularmente dos biombos chineses e japoneses, a maioria dos Séc.XVII e XVIII, das caixinhas de casquinha da Birmânia, do imenso património cultural que resulta das relações entre Portugal e Macau e Portugal e Índia e da exposição sobre o Chá. Mais do que a representação do mero percurso histórico do Chá do Oriente em direcção ao Ocidente, a exposição convida a ver, apreciar e reflectir sobre a forma como a simples ingestão de folhas processadas de diferentes plantas marcaram inegavelmente as sociedades que as acolheram num diálogo proficuo e diversificado, embora não isento de tensões, inovações e rupturas.
A Religião
Exceptuando uma visão muito geral sobre o Budismo, confesso que sou uma ignorante em relação às religiões orientais. Um amiga que viajou por diversos países orientais e que repetiu a Índia, contou-me que existe uma diferença muito grande no que concerne à limpeza e organização dos espaços. Normalmente os ambientes budistas são impolutos onde reinam a limpeza e a harmonia (na exposição do museu são recriados espaços budistas próprios para a toma do Chá).
Segundo o que pude perceber tanto na China, como no Japão existem muitas religiões populares e a crença em grandes mitologias. No caso da China embora aceitem o monoteísmo não adoram esse único Deus pela sua condição imaterial e não são capazes de o representar graficamente. Normalmente apelam a uma “espécie” de santos.
Senti-me particular curiosidade pelo Taoísmo, no caso da China, e pelo Xintoísmo, no caso do Japão.
Na exposição está também representada a presença dos Jesuítas no Oriente. Uma presença pacífica até à morte de São Francisco Xavier, grande impulsionador do Cristianismo.
Estão igualmente expostas outras práticas religiosas levadas a cabo em diferentes países orientais, sendo que as do Bali me pareceram as mais curiosas pela quantidade de parafenália cromática.
O Chá, a jóia da Coroa
Na exposição está representada a História do Chá passando pelo cultivo, os diferentes recipientes utilizados no consumo, a ocidentalização do Chá e diferentes métodos de transporte. É destacada a importância dos portugueses e, em especial de D. Catarina de Bragança, nos hábitos de consumo do Chá porém, ao contrário do que muitos vezes é afirmado em Portugal a rainha portuguesa casada com D.Carlos II de Inglaterra teve um papel decisivo mas não teve um papel exclusivo na massificação do consumo de Chá, na Europa. Já antes os holandeses se tinham interessado pelo produto e os ingleses já eram grandes importadores de Chá.
Caixinhas para transporte do Chá
Em Portugal, como é nosso apanágio, o hábito do Chá- assim como tantas outras coisas- chegou tardiamente, sendo normalmente utilizado em ambientes exclusivamente aristocratas.
Aliadas aos hábitos europeus do consumo de Chá foram desenvolvidas novas formas e materiais de apresentação do mesmo. Por exemplo, os serviços de Chá passaram a incluir o açucareiro e a leiteira etc...No entanto, uma vez mais os orientais são mestres no consumo de Chá. Na província de Jianxi utilizam a cerâmica Yixing. É uma cerâmica não vidrada, com barro de diferentes cores- púrpura, laranja...- ideal para conservar os sabores e aroma do Chá. Este é distribuído em bules em quantidade máxima para 1 ou 2 chávenas afim de manter a qualidade da infusão. As cerimónias de Chá podem ter uma duração de 4 horas e são influenciadas pela estética e princípios espirituais do Taoísmo e do Budismo Zen.
Fiquei com o bichinho da curiosidade. Quero ler mais e aprender mais sobre as relações de Portugal com o Oriente. Creio que em geral sabemos muito pouco. Limitamo-nos ao Caril e ao Arigatô. Na loja do museu há bastantes referência bibliográficas, no entanto achei-as todas muito caras. Vou procurar livros sobre o assunto em feiras de 2ª mão.
O ultimo andar do museu é um restaurante com umas vistas maravilhosas para o Tejo mas achei igualmente um bocadinho caro (15€ buffet).
São 19h45, 3 de Setembro, um dia que tem já nuances de Outuno porém ainda padece do calor típico de um dia quente de Verão: estão cerca de 30ºGraus. Corre uma aragem fresca e a copa das árvores abana ligeiramente. Vejo sair de uma chaminé fumo e imagino que alguém estará a fazer pão de forno. Por baixo da janela da casa onde estou hospedada ouço as conversas pitorescas dos da 3ºidade que vêm todos os finais de tarde sentarem-se num banco de jardim, num jardim de asfalto, numa pequena rua rodeada de muros não muito altos, pintados com cale e ornamentados com bocados de vidro , não vá o diabo tecê-las.
Não sei do que falam porque não os entendo mas entendo o que sentem e o que pensam. Também me sentei muitas vezes, noutros finais de tarde, de outros lugares e comparti conversa com esta gente de roupa carregada de viuvez, acompanhada de amarguras e memórias nostálgica de tempos descritos como “aquilo é que eram tempos” e de bengalas que, no meu ver, servem ora para apoiar as mazelas do corpo, ora para darem bengaladas na morte-
Olho um bocado mais além do horizonte e reparo nos pássaros negros que sobrevoam o pequeno céu, da pequena aldeia que é Guadamur. Parecem-meandorinhas porém não ponho as minhas mãos no fogo que dos tempos passados com a 3ªidade não tive tempo de colher todo o conhecimento e faltaram-me os detalhes da natureza! Bom, caso sejam andorinhas suponho que estão numa azafáma tão grande porque, seguramente, já têm bilhete comprado para outras paragens e têm pressa, não obstante sentem alguma nostalgia pelos tempos que passaram com estes vizinhos, entre uma piscina e outra, entre um limoeiro e um telhado de uma pequena casinha.Isto faria eu se fosse andorinha, em Setembro.
Entretanto aborrecida por não entender o espanhol destes velhinhos decidi pôr o mp4 do meu namorado e eis que fui agradavelmente surpreendida por 1 playlist compostas por musica roubada aos Madredeus. Que voz e que significado tem para mim a composição destes tipos.
Imediatamente, entre guitarras portuguesas e andorinhas a sobrevoarem o céu de forma louca, a minha mente viajou até aos céus de Lisboa habitados por andorinhas anarquistas. Digo céus, no plural,porque são mil e cada um diferente e cheio de emoções e pormenores. Tenho saudades destes céus e da companhia que, mesmo longe, me continuam a fazer. Oxalá me chegasse uma brisa de Oeste com os primeiros aromas do Outono lisboeta.
Sabem, é duro estar longe. Embora nem tudo seja eterno há um momento em que temos de escolher. Cada dia que passo longe de Lisboa sei que quero ser para sempre habitante das suas rotinas porém, se estou em Lisboa, o mundo começa a parecer-me maior, desconhecido e atractivo e o despertador começa a tocar cada vez mais alto até que é hora de partir outra vez.
Deixo-vos com esta reflexão para continuar a desfrutar, neste lado da fronteira, deste dia simples observando desde uma janela um mundo de velhinhos com bengalas e passados, andorinhas, musica e dúvida feitas de tranquilidade.
Dedico este post aos que, por terem partido, se sentiram alguma vez sós e alguma vez orgulhosos, e alguma vez cobardes e alguma vez heróis. Dedico também aos que nunca partiram porque sabem que é dificil a vida sem andorinhas anarquistas.
Tinha a minha irmã à minha espera no aeroporto e assim que entrei no carro percebi de imediato que as estações de rádio portuguesas são das poucas coisas que me fazem falta aqui.
Sinto falta das playlist de Portugal. Mesmo sendo um bocadinho contra as playlist há que admitir que as portuguesas têm alguma qualidade porque há uma grande variedade de reportório, desde os grandes hits até aos lados B, desde os 60´s até à actualidade, em inglês, português, espanhol, italiano, francês etc...
Em Espanha as rádios limitam-se a passar os grandes êxitos de sempre e os mais conhecidos de agora: Beyonce, Rhiana etc...( não me lembro de ter ouvido Norah Jones) porém, passam, maioritáriamente musica espanhola de muito má qualidade: olé, olé, ti quiero, olé, olé cariño e já está!
Valham-nos os cantautores e alguma banda que vai fazendo alguma coisa de qualidade...
Até fazer a última viagem a Portugal eu achava que os milagres eram coisa de beatas, cubanos e subconscientes tendenciosos. Agora estou convencida que se operou um milagre na minha vida. Talvez, também eu, esteja a ser tendenciosa mas não duvidem que vos escrevo em plena posse das minhas faculdades mentais.
Estava triste, cinzenta, aborrecida, sem ânimo, sem vida, sem caminho e sem luz e eis que uma viagem ao El Dorado da Melancolia* mudou tudo...
Tinha saudades de me encontrar num tesouro ao ar livre, de um país cheio de gente com alma e exaustão emocional.Foi mesmo bom rever tudo e todos. Abraçar os meus sobrinhos e dar-lhes doces às escondidas, pedir-lhes segredo e ele irem imediatamente e cheios de auto-confiança, a correrem com a boca aberta "oh vóóóóó a teté deu-me uma coblaencanada"!!!
Estar sentada à mesa com a minha família e comer comida com sabor da comida da mãe e, ainda, desfrutar de discussões políticas, futebolísticas, sociais com verdadeiros experts da filosofia "se eu mandasse..." mantidas num tom de voz elevado, acesso porém mais doce e respeitador que a algazarra espanhola.
Perder-me em conversas super interessantes com alguns dos meus amigos interessantes, de sempre e, espero, para sempre. Daqueles amigos com quem se pode partilhar sem termos receio de sermos rotulados...com quem se pode discutir e sentirmos, que independentemente da orientação social/ideológica de cada um, somos aceites e falamos a mesma língua: a da amizade-porque-sim. (um dia, com mais tempo, movida por algum ímpeto emocional, falar-vos-ei do meu amigo António que me via como uma pseudo-revolucionária de esquerda e a quem eu via como um conservador de direita...só nos víamos assim mas,felizmente, somos muito mais ).
Electrico 28
Passear pelas ruas pequeninas e velhinhas. Subir às 7 colinas e sentir que subi ao paraíso. Comer pastéis de nata com canela às carradas sem ter medo de morrer de colesterol. E pela noite escalar ao bairro mais alto que os sonhos e perder-me pelas "avenidas" de 4 metros de largura, empurrar este e aquele, para poder chegar ao destino que não é nenhum porque este bairro é assim...sem destino "vou deixar a rua me levar, ver a cidade se acender,a lua vai banhar esse lugar e eu vou lembrar você". Ficar deslumbrada com a quantidade de charme masculino que se produz na Lusofonia e, por fim, rumar a casa, exausta mas feliz, cansada mas com vontade de ver o Sol nascer e reflectir-se nas águas do namorado de Lisboa: o Rio Tejo.
Bom, agora que vos contei tudo isto posso admitir que talvez não tenha sido um milagre,porque afinal de contas eu não acredito mesmo nessas coisas, estava só armada em diferente. Parece-me talvez que estivesse a padecer do mal necessário chamado SAUDADE.
E agora que saciei a minha SAUDADE, a minha ânsia de estar naquele que considero o país mais interessante da Europa, sinto que já estou melhor, Obrigada.
*acabei de criar esta expressão. os direitos de autor são meus!!! Eléctrico 28
Cesário e Bonga, Lisboa, 10 de Maio de 2010 Fonte: Correio da Manhã
ADOREI, ADOREI, ADOREI
É um privilégio estar numa sala de espectáculos tão charmosa como o Coliseu dos Recreios e ver ao vivo uma deusa,um ícone da worldmusica e uma digna representante da cultura da pérola africana perdida no Atlântico, Cabo Verde, e simultaneamente ver e ouvir músicos tão bons que transmitem alegria e conhecimento. A Cesária tem magia e o que canta faz tanto sentido e soa tão bem naquela que é, para mim, a segunda língua mais bonita do mundo. N´TA SABIA.
E o melhor veio no fim: o Mestre Bonga. Estou definitivamente rendida a ele. Sou fã e ponto final. Se tivesse de novo 15 anos poria um poster dele ao lado meu ídolo perfeito, Axl Rose.
E até já gosto, aceito e riu-me com as suas piadas machista e elogios às mulheres em geral.
Bem haja ao Adán por me ter cedido o seu bilhete. Um cavalheiro em vias de extinção.
Que bom o abraço à minha amiga Nélia
As melhoras à Cesária Évora.
Esta cidade é,acima de tudo, um poema e, congratulo-me porque o Mundo a conhece não só pelas descrições embaraçosas dos livros de Saramago.
É, pois, também, um lugar cheio de segundas intenções, segredos e subjectividade tal como são os poemas.Ora experimentem dar um passeio usando os vossos pés que, segundo alguém disse(não me lembro quem )“ as cidades são os livros que é preciso ler com os pés”.
Acabem o vosso dia a tomar chá no Maria Caxuxa, no Bairro dos sonhos, na Rua da Barroca.
É assim que se conhece Lisboa e os lisboetas. Deixando muitos 1.50€ e namoriscando muitas chávenas nos 1001 recantos desta cidade de encantos.