segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Lisboa nunca é demais...

Praça da Figueira 6.11.14
Volto e parto outra vez e de cada vez que volto sinto que sou um vaivém espacial mal sucedido porque por muito que tente levantar voo, cada vez que dou de caras com Lisboa, espatifo-me toda no chão.

Talvez fosse o ar Outonal que a acompanhava reverendamente, deixando-a perdida entre o fumo das castanhas, como uma miragem, o certo é que assim que saí pela porta da Estação do Rossio, pensei “Oh my God és tão linda Lisboa”. Bom, não seria por algo tão concreto como a estação do ano, porque eu tenho sempre essa mesma sensação mesmo que seja no pico do Verão. Lisboa continua a ser a cidade mais bonita onde vivi e que visitei. É majestosa sem que seja necessário ser imperial. Uma metáfora do próprio fado do povo, dos bairros pobres.

E à noite, depois de ter passado o dia entre conversas e bicas com amigos que tiraram preciosos minutos dos seus dias para me verem, caminhei desde as Portas de Santo Antão até ao Cais e subi pelo Alecrim, baixei o Chiado e fui dar ao Rossio, com a mesma sensação de estupefação que Lisboa me provoca sempre, quando vivo e não vivo nela. Na última temporada que passei em Portugal, quando me aborrecia de ver o Tejo e o Panteão da minha janela da Penha de França, descia à cidade e passava longas horas a caminhar por essas ruas, sem jamais me aborrecer. Sou uma frikie de Lisboa e, até hoje, só encontrei um frikie como eu, que me acompanhava mano a mano nessas deambulações citadinas e sem horas( Diogo, o que será feito de ti louco?)

Casa do Alentejo

Com a Ruth tomei um moscatél na Casa do Alentejo, nas Portas de Santo Antão. Já não ia lá há alguns anos e encontrei algumas novidades. A lojinha continua lá, assim como o toucador, aka, W.C feminino no seu melhor estilo frou-frou. Contudo, parece que o restaurante do primeiro andar está fechado, tendo sido substítuido por uma tasquinha que está no R/C à direita, assim que terminamos de subir as escadas.
Não vou falar outra vez da minha congénita paixão pelo Alentejo. Embora ache que este antigo palacete estilo mourisco fica muito aquém das pobres casas de adobe das minhas tias velhinhas, a intenção é a melhor e desde os cantares alentejanos que dão a música ambiente ao edifício, até aos queijinhos conservados em azeite (como deve de ser), a Casa do Alentejo é o sítio perfeito para se ter uma conversa em sussurro com a mais genuína intenção de mudar o mundo, sabendo à partida que não o mudaremos. Mas as mulheres somos assim, quando nos juntamos, sem nos darmos conta, já estamos a fazer a diferença.


fonte: manuelacolaco.blogspot.ie
Descontos no cinema

No Sábado foi a vez de me dedicar às minhas pessoas preferidas. Perguntei o que queriam fazer no meu último dia  e sugeri que fossemos ao teatro. Qual não foi o meu espanto, quando muito encabulados, acabaram por admitir que não gostam nada de teatro. Fiquei com o coração partido porque adoro teatro e gostava que eles adorassem também, mas ao mesmo tempo agradeci a sinceridade. A sinceridade é sempre a melhor recompensa e o melhor remédio para tudo. Por isso, e depois de pormos os pontos nos is, dedicámo-nos a uma tarde de cinema no Cascaisshopping.
Não sei se sabem, mas há uma série de cinemas que fazem desconto no segundo bilhete ou até o oferecem mediante apresentação do cartão Nos ou do cartão da CGD. O cartão do Sporting também dá direito a 50% de desconto num bilhete. Como as três entradas foram tão baratas, comprámos um grande balde de pipocas e um IceTea gigante e divertimo-nos como loucos a ver “Os Monstros dasCaixas” e a fazer  blhherk de cada vez que o “Larápio” inchava. Para aqueles que não querem gastar dinheiro nos extras, sugiro que comprem as pipocas doces do Pingo Doce. Custam uma pechincha e são muito melhores que as dos cinemas.

Para aqueles que gostam de levar as crianças ao teatro, sugiro que consultem aqui a agenda do grupo de teatro Chão do Olivo, em Sintra.


E ainda...

1. Já há algum tempo que me perguntava porque chamam Terreiro do Paço à Praça do Comércio. Descobri que antes do terramoto de 1755, os reis habitavam os edifícios amarelos e, portanto, era o Paço. Depois do terramoto, foi construído um palacete provisório na Ajuda, ao qual chamaram "a real barraca" por o mesmo ser de madeira. Mais tarde, "a barraca" ardeu, e os reis com receio dum novo terramoto e, não querendo misturar-se com a plebe que negociava com os barcos de comérico chegados ao Terreiro do Paço, decidiram fixar residência oficial em Queluz ou Mafra. Assim, o espaço ficou reservado às transações comerciais e, daí, passou a designar-se Praça do Comércio.  Mais tarde, já no século XX, albergou diferentes ministérios públicos. Hoje em dia é um espaço de consumo(para ricos) e lazer. A nossa Praça do Comércio é um espaço metamórfico e uma espécie de museu a céu aberto. Estando debaixo do Arco a olhar para o rio como se a Praça fosse um quadrado, sugiro que visitem os cantores inferiores esquerdo e direito. Vão tropeçar na História...

2. Na Culturgest começa dia 19 deste mês a Festa do Cinema Romeno. Não sei se todos podem entender o humor balcânico e surreal dos filmes romenos, mas um olhar sem preconceito pode revelar uma grande e divertida surpresa. Vejam aqui a programação. Adoro este filme, que embora não sendo romeno, foi gravado na Roménia e vai muito ao encontro do tipo de filmes que se fazem por lá.

Praça do Comércio 6.11.14


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