sexta-feira, 25 de abril de 2014

50 de Abril JÁ!


Ontem à noite, quando alguém encontrava um conhecido no meio da multidão, a pergunta de ordem era "Em que rio é que vieste?", "Qual é o teu rio?".

Com o intuito de juntar as pessoas na rua, na noite em que se cumpriam 40 anos do primeiro dia do resto das nossas vidas, vários colectivos organizaram a iniciativa "Rios do Carmo".  A ideia tinha como base juntar vários grupos, com diferentes temáticas, como vários braços de um rio, que mais tarde, desaguariam no Largo do Carmo. O objectivo era comemorar em conjunto, em sociedade e comunidade a alegria da nossa revolução. Como já é apanágio nosso- portugueses- o objectivo foi conseguido de forma pacífica e, para mim, emocionante.

Folgo em saber que o 25 de Abril para muitos não é sinónimo de cheiro a naftalina. Aliás, há bastante gente mais jovem do que eu (que nasci quase uma década depois da revolução) que acudiu ao chamamento. Há outros que se fazem acompanhar de filhos pequenos, o que demonstra não só a vontade de transmitir os valores do 25 de Abril, como também a confiança de ir a uma manifestação sabendo à partida que será pacífica porque ninguém está disposto a levar um filho a uma revolução pensando que poderá haver violência. 

Embora a data seja um marco histórico é impossível romper o vínculo com a política. Ontem mais do que manifestações partidárias, os portugueses quiseram também mostrar que somos mais que meras vítimas dos nossos carrascos. Não somos só devedores. Temos ideias e estamos a ver o que nos estão a fazer. Fico particularmente feliz por ver a lucidez com que as pessoas olham para personagens (perigosos) como Paulo Portas. 

Deixo-vos aqui algumas fotos dos rios de gente que desaguaram no Carmo:







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