terça-feira, 24 de novembro de 2009

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Só passei por aqui para dizer que, definitivamente, adoro Pastéis de Nata, de Belém ou não...Têm um je ne sais quoi :)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Até já!




Não esta mal dizer Até Já quando se tem vontade mas quando não se tem custa 1 tonelada cada dia. Por isso aqui vou eu. Já tenho o dia da partida.Levo o Fado na bagagem mas também umas ganas maior que o mundo de atravessar a fronteira e convidar a vida para umas palmitas ao som do flamenco.
Está a ser bom demais aprender Espanha...

Hasta pronto Guapos!

O cheiro do Outono

Perdoem-me os anti-nostálgicos mas nestes dias de Outono há outro cheiro que se veio juntar ao meu amado cheiro das castanhas assadas. Cheira-me a Macedónia. Cheira-me ao caminhar sózinha pelas ruas.Tentar descobrir com cada sentido. Encontrar semelhanças e sentir-me confortável nelas para logo depois as repudiar. Sentir-me forte e sentir-me frágil. Sentir-me, mais do que tudo, dona da minha vida.
Hà encantos que só um primeiro amor nos pode oferecer. Embora, de todo, não tenhamos sido feitas uma para a outra, a Macedónia tatuou-me a alma e a vida. E aqui estou eu, numa tarde triste a recordá-la com saudade. Porque sou triste e porque sou saudosa. Essa é a minha maneira de sentir.É a herança portuguesa. Tudo o resto já não é um exclusivo luso. A mais dura lição que a vida no pequeno país balcã me deu foi mostrar-me que já não pertenço a Portugal. Que estou perdida por aí, pelo mundo, e por aí me sinto bem e viva!
Deixem-me estar. Deixem-me ser assim. Não me invejem nem me rezem o fracasso.
Este é o meu jeito.


O meu quarto, frio, escuro às 18horas, 1 vela com cheiro a canela e uma tristeza que não se sabem de onde vem.É um cenário típico de um Lisboeta .
Felizmente a Lisboa 2009 do Verão prolongado já foi. Ficou perdida no regozijo dos turistas e dos amantes do suor a cair em bica. Para mim já chega. A chuva não calha bem se ando na rua mas, aqui deitada, com a bateria do portátil a aquecer-me as pernas estou bem, Obrigada!

Bilhete de Ida e Volta

Hoje, quando voltava de comboio observei um casal de meia-idade, sentado à minha frente. A viagem durou cerca de 30 minutos e não trocaram quaisquer palavra, olhar de cumplicidade ou carícia. Não são, infelizmente, o primeiro casal de meia-idade, que observo nas mesmas condições.
Normalmente tento encontrar semelhanças físicas que me levem a acreditar tratar-se de um casal de irmãos catitas de meia-idade que ainda saem de comboio como nos velhos tempos de solteiros. Até consigo encontrar essas semelhanças-os olhos rasgados, o nariz pontiagudo- porém, invariavelmente, os meus olhos encontram em ambas as mãos esquerdas alianças de compromisso, com a mesma cor dourada desgastada de mais de 25 anos de vida em comum.
Fico sempre,sempre, sempre perdida no vazio que encontro nestes casais. Encontro, imagino, vidas de sacrifício ao lado de pessoas que já não nos completam, ou nalguns casos, nunca completaram.
Não quero que este post soe a julgamento. Não quero que o interpretem como crítica a estes casais de olhar triste e aborrecido. De certa forma até posso entender porque continuam ali, estagnados, à deriva. Este post é,tão somente, um grito de revolta e glória!Um grito de sustento a todos aqueles que queiram procurar o coração de cristal que lhes pertence, mesmo que esse coração de cristal seja o seu proprio coração.É um grito de vontade para mim própria.Pelos momentos de estar só que me esperam, pelas saudades do abraço nocturno e do cheiro familiar do shampôo do cabelo, por aquilo que encontrei e que perdi. Pelo meu pobre coração que já não sabe o que dizer mas que encontra forças para me guiar no meu caminho.
Talvez um dia acorde, já depois dos 30, com o relógio biológico em modo speed. Talvez acorde cansada de não ter desconto de 50% no jogo de lençois com 2 fronhas. Talvez, mais tarde ainda, já depois dos 40, acorde triste porque não tenho nenhum Dom Casmurro para viajar comigo de comboio e mostrar aos outros passageiros o quanto somos indiferentes um ao outro. Talvez acorde até deprimida porque nunca tive ninguém que me gritasse porque pús demasiada pimenta-rainha no macarrão mas agora, com 26 anos e poucas rugas, ainda acredito que é possível ser feliz, verdadeiramente feliz. Tão feliz que até chateia. Chegar aos 50 e rir muito ao lado de alguém que pode até já nem me acender a líbido mas que me faça rir perdidamente. E que eu possa dizer entre lágrimas de gargalhadas “não te preocupes meu amor, pús um tenalady.deixa-me rir.conta-me mais dessas!”

É por isso que,embora se tenha apagado a minha luz-guia e este post nasça de um fracasso, eu continuo a procurar o meu coração de cristal, que não guarde nada que eu não possa ver. A luz da minha fogueira!