segunda-feira, 11 de maio de 2015

Oh my God!

28 anos depois o mundo descobre que afinal a Sweet Child O´mine é plágio desta música:



(tragam-me um saco de boxe plis)

domingo, 10 de maio de 2015

Trinity College, Dublin

Ainda vivia em Kildare e tomava conta do gémeos quando fiz turismo pela primeira vez em Dublin. A minha referência urbana na Irlanda era Cork, a segunda maior cidade. Assim, quando comecei a caminhar por Dublin e a entrar na zona da Dame Street tive um dejà-vous e senti que estava em Londres. Tanto buliço, monumentos, carros, autocarros de dois andares, gente gira e elegante no vestir. Aquela era a cidade onde eu queria estar (hoje em dia vejo Dublin de maneira diferente mas isso fica para outro capítulo).
Trazia nas minhas referências uma visita imperdível ao Trinity Colleage e ao “Book of Kells”. Fui perguntando indicações nas ruas e os irlandeses, sempre tão simpáticos (são mesmo o melhor da Irlanda) ajudaram-me a chegar lá num instante.

O Trinity College, no College Green, é a mais antiga Faculdade do país e foi construído no século XVI. É muito bonito e acolhedor. Apesar de estar no coração de Dublin sente-se uma tranquilidade muito grande lá dentro. É constituídio por uma série de monumentos e no meio há uma praça que tem um campanário. Diz a lenda que os estudantes que esperam os resultados dos exames não devem passar por de baixo do arco desse campanário sob pena de receberem maus resultados. Como não sou estudante passei e descobri que as duas árvores que estão do outro lado são  os dois maiores Acer plantados na Europa. Talvez seja exagero porque os irlandeses –à semelhança dos portugueses- vendem tudo como se fosse o mais dos mais, aliás foram eles que inventaram os records Guiness (outro dia conto esta história).

Campanário e eu  Set.14
Bom mas o Trinity é mesmo bonito e foi lá que estudaram alguns dos vultos mais importantes da literatura universal (não sei se sabem mas Dublin é Cidade Património Mundial da Literatura, galardão atribuídio pela Unesco em 2010). Oscar Wilde foi talvez um dos melhores alunos de sempre. Com tão somente 18 anos, em 1872, ganhou a maior bolsa de prestígio da instituição, o Foundation Scholarship.

Actualmente a  “jóia da coroa” na visita ao Trinity é a biblioteca e o famoso “Book of Kells”. Trata-se de uma obra  escrita por monges celtas por volta de 800 d.c que compila os quatro evangelhos do cristianismo. A importância do livro deve-se ao facto de ser um dos poucos exemplares da cultura celta antes dos ataques vikings.  A fila para entrar é enorme e o bilhete para visitar a biblioteca e o livro custa 10Euros. Na minha opinião é um preço bastante abusivo e só aconselho aqueles que estiverem realmente interessados e informados sobre o livro porque a visita não dura mais de 10 minutos. O livro está exposto numa vitrina e há um aglomerado de gente ao redor. O interessante é que cada dia mudam a página. No dia em que eu visitei estava aberto nas páginas 72 e 73.

Depois segue-se a visita à sumptuosa bilbioteca Old Library. É realmente muito bonita e há uma série de curiosidades sobre ela que vos vou contar em seguida. Primeiro deixem-me descrever o sentimento de entrar num templo de livros do século XVI com mais de 6.000.000 de volumes ,o mais famoso o “Book of Kells”. A sensação é esmagadora e só conseguia exclamar para os meus botões “Uauuuuuuuuuuuh”. Comparada com outras bibliotecas esta é muito, muito pequenina mas tem uma alma especial. Ao longo das galerias há uma série de esculturas de grandes humanistas da História Mundial e está exposta uma das três harpas mais antigas da Irlanda datada do século XV.

Detalhe da Old Library
Harpa do Séc. XV
Contudo o peso da História não é o capítulo mais conhecido desta preciosadade e que a torna tão conhecida nos dias de hoje. Consta que George Lucas, o criador de Star Wars, roubou literalmente imagens da Old Library para construir o Templo dos Jedis no filme de 2002  “Star Wars II: Ataque dos Clones”. O Trinity College esteve a ponto de o processar por usar sem autorização imagens do edífico mas finalmente desistiram. Diz a lenda urbana que Lucas se deslocou em várias ocasiões à Old Library e misturado entre os turistas foi tirando fotos ao interior da biblioteca até ter um número suficiente que lhe permitisse montar o cenário pretendido para o filme. Ele negou sempre rotundamente mas...vejam estas imagens:

Star Wars à esquerda, Old Library à direita
 Visitem o Trinity. Vale realmente a pena sobretudo se o clima estiver para ai virado. Para não sentirem que o vosso dinheiro é um desperdício (diria até um fiasco) no que concerne à visita ao “Book of Kells” sugiro que comprem logo na entrada principal um bilhete que inclui  todo o Trinity, o livro e a Old Library. A visita é guiada por estudantes e custa 12EUR. Divirtam-se!

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Belfast, Irlanda do Norte (UK)

Fonte: titanicbelfast.com
 Sei que o estaminé anda um bocado abandonado. Desde que vim viver para Dublin deixei de falar das minhas experiências culturais. Na verdade não é por falta de vontade mas não vos tenho contado nada porque me tenho deparado com algumas condicionantes que me impedem de o fazer: não sei se ainda consigo escrever bem e bonito em português e aqui está sempre a chover, é tudo muito caro e eu não sei para onde fugiu a minha curiosidade natural.Mudasti? Sim...

Como já tenho muitas saudades desde dedelhar apaixonante do barulho das teclas do computador quando tenho algo dentro do coração que quero partilhar com o mundo mais além do meu ecrã vou tentar reunir nas próximas semanas as poucas descobertas culturais e humanas que tenho feito.

Começo pela Irlanda do Norte. Convido-vos a que vejam no mapa a divisão geográfica da Irlanda do Norte e da Républica da Irlanda. A primeira pertence ao Reino Unido, ou seja, é uma monarquia, a autoridade máxima é a Rainha de Inglaterra e, entre outras coisas, usam libras. A segunda, a minha, é independente há quase um século, usa euros (troika etc...), é uma República e a igreja católica ainda é a religião maioritária. A primeira teve a IRA e o famoso domingo sangrento que inspirou a musica “Sunday Bloody Sunday” dos U2. A segunda teve (tem) os U2.

A fronteira está a menos de uma hora de Dublin. Como o mundo é muito pequeno, tão pequeno como uma ervilha descobri que a minha amiga da escola secundária e de tantos projectos de voluntariado, a Edna Monteiro, vive do outro lado da fronteira, já dentro do UK numa pequena vila chamada Portadown cheia de portugueses, lojas portuguesas e até discotecas com ritmos lusófonos. Fui vê-la duas vezes e encontrei uma mulher com uma família linda, ruidosa e muito caboverdiana. São, agora, o meu cantinho Palop neste deserto verde e húmido chamado Irlanda (seja do Norte, seja Républica).

Na semana passada as duas viajámos até Belfast, a capital da Irlanda do Norte. Plano: ficar hospedadas na casa da Nena e da Neuza, duas “primas” da costa alentejana e à noite ir a uma “escaldante” festa africana.  De escaldante nada porque o potencial de bailarinos era under 18. Fica para a memória o delicioso Lazy Sunday passado no sofá da sala, a nossa private pijama party.

Juro que tentámos visitar a cidade mas o tempo estava tão feio, tão pouco convidativo ao passeio que o monumento que requereu maior atenção da nossa parte foi a Primark da Royal Avenue instalada no histórico edificio “The Bank Buildings”. Fomos até à bilheteira do Titanic Experience. A entrada custa 15 Libras e acredito que valha muito a pena. Para os mais distraídos o Titanic foi construído em Belfast e a viagem inaugural (e única) partiu de lá. A história da cidade respira Titanic e brinda tributo a esses tempos aúreos em que era um dos maiores estaleiros  do mundo.

Digno de visita é também o Castelo de Belfast e a Câmara Municipal da cidade, o Belfast City Hall. A cerca de uma hora, no extremo norte da ilha está a “Calçada de Gigantes” a maior atração turística das duas Irlandas. Trata-se de uma quantidade imensa de rochas vulcânica esculpidas pela natureza que parecem uma calçada à escala de gigantes.

Belfast é actualmente muito conhecida também pela série “Game of Thrones” gravada em parte lá e com alguns actores irlandeses. Há tours direccionadas só para a série.


Realmente o tempo não ajudou mas combinámos tentar outra visita cultural à cidade a meados do Verão. Eu fiquei com vontade de conhecer e desfrutar mais o ambiente da cidade. De qualquer forma não me pareceu uma cidade demasiado vibrante e apelativa. Veremos se mudo de ideias no próximo Verão...

Eu e a chuva no Titanic Experience