sexta-feira, 26 de março de 2010

CESÁRIA ÉVORA em Lisboa

8 de Maio, Coliseu dos Recreios, em parceria com o grande mestre (machista) Bonga*



*eu já vi o Bonga ao vivo e é imperdível.


http://www.coliseulisboa.com/evento.php?id=479

crónica de uma visita anunciada



É pequenina e jeitosinha. Não está 100% segura sobre render-se aos cabelos grisalhos ou ao estilo ne(t)o-moderno de madeixas rosa. Pela via das dúvidas vai pintando de loiro. É a minha mãe e esteve comigo em Madrid. Gostei muito sobretudo porque é mais um ser humano a usufruir de uma das maiores dádivas que há na vida: VIAJAR e ganhar mundos.

Ensaio sobre as cabeleireiras




Diz a Titi-vovó que as cabeleireiras estão umas relaxadas. Que já não trabalham como antigamente. Que não têm brio. Eu concordo!

Relativamente aos brushings dou a mão à palmatória. A qualidade do cabelo influência bastante o brilho do penteado. Não é, pois, de estranhar que, por vezes 1 hora depois, o cabelo esteja oleoso e mole MAS nada justifica que sejamos tratadas como um saco de ranho asqueroso.

Ora nos põe água gelada na cabeça, ora nos espetam as unhas no couro cabeludo, ora nos empurram a cabeça para a frente para lavarem o pescoço (entretanto deixam entrar meia dúzia de pingos de água que ficam ali a arrefecer nas costas), e quando a puxam para trás batem com ela no lavatório. Ora nos penteiam como velhas e enchem-nos de laca, ora parece que têm medo que a escova toque o cabelo..

E o pior? "oh querida deixe-me pôr este cremezinho anti electricidade estática e mais este para fixar as pontas e mais este para nutrir a raíz e mais este para que o seu cabelo se pareça uma frigideira da Cervejaria Berlengas"!!

E no final pagamos a conta com um grande sorriso amarelo e se, eventualmente, não deixamos gorjeta somos atingidas por um olhar venenoso que diz na legenda " Cabra! Tratei-te com tanto carinho e tu nem 1 cêntimo me deixas"

Suponho que ser cabeleireira deve ser uma profissão muito dura.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Joaquin Sabina

É igual a ele...os olhos, o sorriso, o estilo, o cabelo...

trombolha com muito gosto

Ontem, pela primeira vez, fiz uma limpeza de pele profissional (costumo fazer em casa porque a minha mãe tem mezinhas incríveis).


Começou tudo muito bem. Uns cremes aqui, uma exfoliação ali. Depois, pôs-me um dilatador de poros e deixou actuar por 10 minutos. Quando voltou foi horrível! Pôs uma mascara de operação e umas “toalhitas” nas pontas dos dedos indicadores e começou a esfregar e a “escarafunchar”.Esteve assim uns 5 minutos e eu já estava completamente suada dos nervos. Ia lhe pedir para parar, que não estava para sofrer aquilo em prol seja do que fosse mas ela adiantou-se e parou.

Fazer uma limpeza de pele é isto? Puxões e arrepelões na pele?


Nunca mais faço. Prefiro ser naturalmente bela mesmo que o “naturalmente” implique pontos negros na dobra do nariz!!!



tenham atitude

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Bertolt Brecht


sábado, 13 de março de 2010

Sábado de manhã

Hoje é Sábado e,em Madrid, faz frio mas está um dia de Sol estupendo.
Levantei-me cedo para ir tomar café com alguém importante que poderá mudar a minha vida. Gosto da sensação de estar viva-não obstante algumas contrariedades como o, ainda, joelho muito esfolado- por isso deixo-vos este regalo cheio de nostalgia e alegria para que tenham um excelente fim-de-semana:

caminando por la calle yo te vi!

Madrid tem dinheiro e isso está patente na quantidade de mulheres, algumas jovens, que estão,claramente, operadas.

Todos os dias as vejo nas ruas.Reconhecem-se pela cara e pelos lábios exactamente iguais entre si. Algumas ficam ligeiramente mais bonitas porém a maioria ficam feias, sobretudo quando ainda são jovens. Não o digo pelo prazer de maldizer mas porque realmente me parecem todas descaracterizadas e iguais entre si. Como diria o meu amigo Diogo, são uma espécie de síndrome de Down.

Penso então no que terá levado estas mulheres à operação. O que esperavam? Ter de novo a aparência dos 20 anos? Algumas estatísticas demonstram que a maioria, após o período inicial de excitação, entra em depressão.
Não seria então mais prático gastarem a mesma quantia num conjunto semanal de massagens para relaxamento cutâneo? Numa viagem de sonho? Numa terapia de casal ou num divórcio seguido da busca por um novo amor?

Deixo-vos imagens de duas portuguesas lindíssimas de pele madura(ainda que com uma diferença de quase 30 anos entre si), talvez as mais bonitas entre as portuguesas vivas.





E em contrapartida:






quinta-feira, 11 de março de 2010

PORQUÊ???

Hoje estive na elegante Embaixada de Itália em Madrid, para assistir a um documentário sobre a vida e obra do pintor Caravaggio e ocorreu-me que os críticos de arte têm sempre esta pinta de totós e snobs:


quarta-feira, 10 de março de 2010

Libreria Fuentetaja

Descobri outro monumento madrileño: a livraria Fuentetaja, na Calle de San Bernardo.

Têm uma vasta selecção de livros, inclusive, literatura lusófona em Castellano.
Fiquei, sobretudo, impressionada com o atendimento personalizadissimo. Dois jovens-um giro e baixinho e outro cromo mas um poço de conhecimento histórico- que não só conhecem tudo (mesmo tudo) como têm opiniões que fogem ao standard de opiniões de livreiros e sobre livros.Um deles partilha a opinião de que Pessoa supera qualquer fenómeno humano. Está acima de qualquer referência e é muito mais que um homem a quem todos querem rotular de "louco opiário". O outro conhece Mário de Sá Carneiro e, faz, inclusive, comparações certeiras, entre níveis de influencia de diferentes escritores de diferentes países.

Entrei na livraria apenas pelo prazer de entrar e porque estava muito frio na rua. Saí de lá satisfeitíssima, um livro que não me foi impingido e um sorriso de contentamento intelectual.

domingo, 7 de março de 2010

Porque no te callas?



Sim, é verdade que os espanhóis falam muito alto.
Imaginem, portanto, as espanholas...Além de falarem geneticamente alto são mulheres e, como todas nós, "galinham"!

Nada contra- considerando que essa é a minha caracteristíca preferida nos espanhóis- não fosse estar um grupo de 10 espanholas na mesa imediatamente ao lado da minha a galinharem (marujear) histéricamente. En buena hora, mangas verdes!

As veces soy muy mala leche, ya sé, pero solo queria relajar un poco. Es Sabado coño!

PORQUE NO SÉ CALLAN?


sábado, 6 de março de 2010

Olá, o meu nome é...hmm..não sei qual escolher




Chamo-me Sónia Filipa blá blá blá...e finalmente o meu 2ºnome tem utilidade (que não seja a minha mãe irada comigo na minha infância e adolescência a dizer sugestivamente "sónia filíííípa"...).

Os espanhóis têm nomes mais curtos e quando, normalmente, têm 2ºnome este é Maria (mesmo nos homens). O nome do pai vem a seguir ao nome próprio e depois, no fim, o da mãe. Como é uma sociedade igualmente machista o nome do pai também é o mais importante embora em toda a burocracia conste um espaço para colocar o 2º apelido.

Assim, nuestros hermanos, ficam surpreendidos quando vêm o meu longo nome(2 próprios+1materno+2paternos) . Explico-lhes que é normal.
Surpreendem-se sobretudo com a Filipa, depois da Sónia. E gostam! Por isso há muitos que o adoptaram. E ás vezes sou Sónia e outras sou Felipa ( com E, como os malditos Felipes flipados da nossa Dinastia Filipina).

E eu gosto muito! Não só porque gosto muito mais de Filipa e porque é engraçado mudar de nome aos 26 anos mas também porque me lembro da Filipa Vacondeus - do programa de culinária às 12h, quando eu estava na escola primária- e da mais genuína pessoa que conheci na faculdade e que amo de coração (gostar não chega) Filipa Cohen.


(Filipa Cohen)

quarta-feira, 3 de março de 2010

História de uma portuguesa que se "espanholizou"




"El flamenco es uno de los claros ejemplos de que la unión de culturas, de razas o de religiones puede crear un eco común." Maria Pagés, bailaora

Não há só tristezas nestes coração por isso quero contar-vos que há cerca de 2 semanas comecei, por fim, as aulas de danças sevilhanas.
Voltei agora de uma aula e achei que este estado de espírito com que estou era digno de um post que, quizá, possa contagiar mais alguém! O desgosto de amor continua a assolar-me a alma mas as coplas e as palmitas deixaram-me mais animada e rosadinha.

Dançar sevilhanas é um misto de alegria e de sensualidade. Já aprendi as duas primeiras coplas (passos) e estou a adorar tudo. Fico espantada porque há muitos idosos de ambos os sexos a aprenderem e jovens do sexo masculino.E todos têm uma alegria que se me pegou.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Confissão de uma queda e/ou de uma porta check-in errada



Há pessoas de quem gostamos que surgem nas nossas vidas como as pedras da calçada portuguesa: estão soltas e são incomodas porque nos fazem tropeçar sem querermos. Quando a queda não é forte, inicialmente ficamos envergonhados e de mau humor a olhar para os joelhos esfolados e a pensar "como é que isto me foi acontecer?? não estava nada à espera, raios!!!?" porém, passado o nervosismo inicial, rimos de nós próprios e contamos aos amigos "epá, nem sabes o que me aconteceu hoje...". Bom, este parêntesis comparativo para partilhar convosco que ( e este é um momento inédito porque, salva uma rara excepção, nunca escrevi sobre a minha vida pessoal/íntima e hoje preciso fazê-lo) pelas ruas de Madrid já tropecei na minha "pessoa-pedra-da-calçada-portuguesa", esfolei os joelhos e não me consigo rir.
Por momentos pareceu-me vislumbrar a companhia perfeita para viajar pela vida sem medo do voo, contudo, sem que tenha acontecido nada que o justifique, o sexto sentido diz-me que me enganei na porta de check-in ou no voo ou no raio que o parta.
Não entendo porque acreditamos sempre que desta vez vai ser diferente. Sei que faz parte do sonho (e olha quem...)mas...

E não tenho nem a delicadeza do Tejo, nem o açucar de um Pastel de Nata para me aconchegar. E o optimismo que resvala e eu que paro, pela primeira vez em 26 anos, para pensar sobre tudo isto. Dou-me conta que nunca levei verdadeiramente estas coisas das relações a sério (embora me parecesse que sim) e, ao longo destes anos todos parti, involuntariamente, alguns corações e agora é o meu que está partido.

Resta-me acreditar que amanhã acordo com melhor pinta, saio para trabalhar e depois o mesmo todos os dias, até que um dia me dê conta que já não tenho os joelhos esfolados e, que as pedras da calçada, se desviam gentilmente para a senhorita passar rumo à porta de check-in correcta.




Há musicas que têm um grande timming (pontualidade da poesia, diria eu!)




Chegaste a horas como é costume
Bebe um café que eu desabafo o meu queixume
Na minha vida nada dá certo
Mais um amor que de findar me está tão perto

Leva-me aos fados

Onde eu sossego
As desventuras do amor a que me entrego
Leva-me aos fados

Que eu vou perder-me
Nas velhas quadras que parecem conhecer-me

Dá-me um conselho que o teu bom senso
É o aconchego de que há tempos não dispenso

Caí de novo mas quero erguer-me
Olhar-me ao espelho e tentar reconhecer-me