segunda-feira, 28 de março de 2011

AMO-TE

No Sábado achei que morria...Estava num desses bares tipicos de Madrid, cheio, a abarrotar de gente, cervejas a 3,50€ mas com 2 pratos cheios de tapas das boas e eis que o amor da minha vida cai redondo no chao, inanimado, branco,frágil e bate com a cabeça no chao, a menos de 5cm da esquina dos degraus. E eu, sabendo que ele é um rapaz forte e saudável, achei que a coisa era grave e entrei em pânico...Senti que me arrancavam a alma...E o pior é que o vi cair em câmara lenta e vi imagens de felicidade passarem diante dos meus olhos.

Por sorte, foi apenas um "mareio" seguido de muito vómito e um resto de fim-de-semana abraçadinhos e muito felizes por estarmos conscientes da sorte que temos de poder estar juntos.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Breve reflexao sobre o complexo de Edipo




Se há coisa nesta vida que me dá pavor são os homens que "cheiram a mãe". Refiro-me a homens que falam mais da mãe do que de mulheres jeitosas ou futebolistas ricos; que usam a mãe como exemplo e referência para tudo e que consultam a mãe para tudo e que, inclusive  telefonam à mãe para dizerem que já estão a chegar, que já estão na porta do prédio e que, aiaiai, já estão a por as chaves na porta... Não há pachorra...

Eu não sou mãe e, quizas, um dia quando for me reveja numa situação de Édipo Jocasta mas oxalá que não porque eu acho que a mãe é importante no imaginário do filho até aos 11/12 anos. Creio que a partir daí há que deixa-los ir à vidinha deles e manter uma presença de (muito)afecto mas discreta. E imputo a culpa às mães: por favor, deixem-nos viver a vida deles, apalpar miúdas  partir vidros, andar à porrada e, sobretudo, incentivem-nos a fazer amigos.

Não os mantenham debaixo das vossas saias. As únicas saias que devem interessar aos vossos filhos são as saías das filhas dos outros. Talvez vocês não se dêem conta mas ao serem tão galinhas estão a criar autênticos deficientes afectivos. Mais tarde, quando são adultos, são incapazes de manter um relacionamento estável com alguém porque 2 é bom, 3 são demais...
E o pior de tudo é que criam seres mentirosos e cínicos...

E tudo isto veio a propósito da minha mania de observar. Ora bem, há um rapazinho novo, educado e giro aqui no escritório e que, estranhamente, não tem namorada/o. Inicialmente achei muito, muito, muito estranho mas agora, quando o vejo pegar no auscultador para ligar à mae (e ouço as conversas) ou a referir a mãe em variadíssimos contextos de conversação  já faz sentido a solidão do muchacho com boa aparência...

Enfim...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Onariná

Os dias de Primavera, como este, sao autênticas vitaminas C para o meu espírito. Nao fosse o cd de música africana que estava no ponto-de-escuta e hoje abdicaria das saudades e toda essa parfenália que compoe, tal é a motivaçao que estes dias de Sol inesperado e os ritmos africanos me provocam.

Quase, quase sem réstia de nostálgia, comparto convosco a música que me pôs alegre e aproveito para dizer que hoje, estranhamente, nem me apetece Lisboa (Toma! Embrulhem!) mas que, ainda assim, se eu estivesse aí hoje, sem duvida saíria para dar um pézinho de dança africana...


quinta-feira, 17 de março de 2011

Lembrei-me disto...

Há 3 horas por dia em que estou práticamente sózinha no escritório. E, se nos dias em que estou afogada em trabalho essas horas caem que nem ginjas porque posso estar concentrada fazer e refazer o meu trabalho sem que ninguém repare nos meus erros e crie imediatamente grandes conspiraçoes, filmes e dramas, há outros dias- esses dias em que tenho de disfarçar e fingir que estou super ocupada-vou saltitando de jornal em jornal, de foto em foto, de blog em blog. Pois bem, hoje li um texto que me fez rir muito e lembrar um episódio da minha adolescência que quero partilhar convosco. Ora aqui vai:



Era uma vez, há muitos, muitos anos, quando só os ricos tinham telemóvel e a internet parecia coisa de extra-terrestes, falo de 1998, estava no Mc´Donalds de Queluz, com os meus colegas do Liceu e com o meu namorado da altura, o Bruno. Estávamos a dar beijinhos e até eram beijinhos sem grande espalhafato, os chamados xôxos (nao sei como se chamam agora). Era pois uma situaçao normal, considerando que tínhamos 16 anos e estranho seria estarmos em casa a fazer crochet. Eis que uma velha dessas que usam muita laca, têm as mamas em forma cónica e blusas com padroes "esquisitos" começou a gritar a dizer que era inadmissível, que era uma pouca vergonha que 2 "crianças" estivessem aos beijos num restaurante, que era um atentado à moral etc...os funcionários e o gerente da loja vieram ver que escândalo era esse que se estava a gerar e, de uma forma politicamente correcta, disseram à Sr.Púdica Maria que ela estava a exagerar e que fizesse o favor de se acalmar um bocadinho. Claro, ela como viu que nao tinha angariado o apoio dos demais, ameaçou-nos a TODOS e informou-nos que o filho a ia buscar e que ai é que íamos ver quem tinha razao. Nós, do alto da nossa "cagança" de adolescentes começamos a vacilar e a imaginar que o filho seria um desses filhos muito maus e muito feios e cheios de força e que vingam a honra da família...e o gerente da loja, com receio que a caso ficasse feio para o lado dele, começou a mudar de opiniao e convidou-nos a comer mais depressa...Já estávamos quase no ir quando ela começa a falar em voz mais alta e a dizer em direçao à porta "Ai filhooooo tu sabes lá...." e nós, com o cú muito apertadinho, fomos lentamente virando a cara em direçao à porta à espera da setença final: uma grandessíssima sova para todos e allez-vouz...mas nao foi isso que aconteceu, quando se abriu a porta, entrou um meia-leca, quizás de 1,60 mais baixinho que qualquer um de nós, chinelos de plástico verdes, calçoes de ganga com dobras e camisa muito justinha que levantou as palmas das maos e disse com uma vozinha muito cutxi-cutxi "Oh mae entao? acalme-se lá...vá,váá, váá..." e, perante nós, desculpou-se pelos excessos da mae! Conclusao: risada geral.



E pronto, era esta recordaçao que eu queria partilhar convosco :) :)







o filho era mais ou menos assim mas um bocadinho menos atlético

ah pois é!

Irra!...que saudades que eu tenho de escrever...

segunda-feira, 14 de março de 2011

"Há mês a mais para o meu salário"


fonte:visao.pt

Nao vos entendo! De verdade. Se os cidadaos nao exercem o direito de voto, nao comparecem nas manifestaçoes, nao fazem greve é porque se demitiram das suas responsabilidades civicas mas se saltam para a rua, provocados pelo apelo de lutar por um pais mais justo PARA TODOS é porque sao uns fetichistas, uns preguiçosos que nao querem fazer nenhum etc...

Eu dava tudo para ter estado nessa manifestaçao. Parece-me que o golden point nao é meramente a revolta da geraçao rasca, senao a revolta de várias geraçoes contra a situaçao degradante do mercado laboral, que, num ciclo vicioso, provoca um enorme retraso social, cultural, intelectual etc...Eu vi fotos e vi desde o avô ao netinho, jovens, maes, tios, primos e porteiras e achei impressionante. Nao esperava e, calculo que os velhos do Restelo também nao.

Foi bonito. Parabéns Portugal.

sexta-feira, 11 de março de 2011

¡Eso es!

concordo em tudo com ele e, sobretudo, quando diz assim " É frenética, e nao parece parar nunca. Jamais. Porque se andas por Madrid e nao te estas a divertir...vai por mim, algo de mal se passa contigo"

E se nao me estou a divertir a responsabilidade é apenas minha. Nao sei muito bem como reverter a situaçao mas espero ter algum surto de criatividade e fazer alguma coisa para que a minha passagem por Madrid seja memorável, sobretudo para mim.
Há características culturais que por mais que se entendam, é quase impossível aceitar-las. E, mesmo quando as aceitamos, custam a tragar, sobretudo se vêm da parte de alguém que adoramos.

Estou sinceramente cansada da maneira pouca delicada dos espanhóis. Quando é o senhor do bar, a mulher no autocarro etc...a coisa ainda se aguenta mas quando sao aqueles que nos sao mais próximos e a quem queremos com todas as forças do mundo fico lixada, frustada e sem ilusao nenhuma!

E de tudo isto o que mais dói é o estar consciencializada de que nao posso fazer muito mais para reverter a situaçao a favor de ambos. Nao me posso adaptar e moldar mais. Já sonho em espanhol e estou disposta a abdicar de uma série de coisas que considero importantes para viver aqui mas nao se esqueçam que eu sou portuguesa. PORTUGUESA. A minha gente é delicada, coño! Nao puxem mais por mim que começo a sentir-me esgotada!

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher?



É o Dia Internacional da Mulher e falamos de discriminaçao positiva, falamos de leis da paridade mas eu nao acredito em nada disso. Enquanto os salários nao forem equilibrados e pagos de acordo com as habilitaçoes literárias, esforço e desempenho laboral para mim tudo sao medidas "para inglês ver"! Lamento a descrença. Sei que o simbolismo deste dia é um meio para atingir um fim mas nao suporto tamanha hipócrisia.

Ora vejamos, o Durao Barroso, um tipo importante, diz que um dia, quando escrever as suas memórias, vai contar as dificuldades com que se deparou ao tentar defender, junto dos seus colegas, a nomeaçao de mulheres para cargos governativos. E porquê esta desresponsabilizaçao? Nao tem tomates para contar agora? Agora é que precisamos que ele conte tudo e use a influência que tem em prol de uma mudança!

Etc..etc...

Continuamos a ser escravas! E, apesar do "desenvolvimento social" que vivemos, a verdade é que quando uma mulher se queixa do quanto está cansada de conciliar as tarefas laborais com as tarefas domésticas e ainda demonstra que tem uma série de objectivos pessoais, a voz vrenácula do povo, a mesma voz que neste dia se congratula com o maravilhoso Dia Internacional da Mulher, é a primeira a dizer entre dentes "é bem feita, quem lhe manda querer/crer tudo!"

Sei que para nós as coisas estao mais "facéis", diria mesmo "melhores"mas todo o desprezo que sinto por este dia pretende-se com o paternalismo com que estamos a ser tratadas. Parece que todos nos estao a fazer um favor.Badamerda cpara este dia!