sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Viagem a Istambul, Turquia











Se disser que conheci Istambul estarei a mentir-vos. Precisaria de 3 ou 4 anos intensos para conhecer uma cidade onde vivem 12 milhões de pessoas. Digo-vos apenas que estive em Istambul 5 maravilhosos dias. Vivi de dia a cidade onde a Europa acaba e , de noite, senti o “karma” de ser mulher numa cidade onde só os homens vão ao café. Não é fácil!
A companhia foi perfeira: Diogo, o português.
À parte a realidade cultural que, embora por vezes me tenha incomodado, não me surpreendeu, é deslumbrante a imponência das Mesquitas que surgem a cada esquina ou na silhueta da cidade. Em todas elas é necessário que tiremos os sapatos à entrada. Na Mesquita Azul o chão está coberto com uma carpete enorme(é mesmo enorme), limpa e confortável. Fui lá 2 vezes só para sentir o conforto de andar por lá descalça. Depois,lá dentro há uma zona que está reservada para os homens mulçumanos. É suposto os turistas não transporem as grades porém há sempre os engraçadinhos que se arriscam. No meio há uma zona reservada aos visitantes e curiosos e por trás de tudo existe uma zona, com grades de madeira, reservada ás mulheres mulçumanas. Discretamente olhei para elas e pareciam tranquilas e, aparentemente, felizes por estarem entre outras mulheres na mesma condição.
Não visitámos a Mesquita de Santa Sofia. Embora seja realmente lindíssima do lado de fora é preciso pagar 10€ para entrar. Achei um absurdo. Eu sei que a manutenção dos monumentos é muita cara mas é necessário que a Cultura esteja acessível a todos os turístas, desde os reformados de meia branca com sandália, aos jovens mochileiros.
Confesso que dos dias que passei em Istambul recordo com maior exaltação as visitas ao Grande Mercado. Por mais que tente não consigo encontrar palavras para vos explicar como é. Vou tentar mas ficará muito aquém das cores que vi, dos barulhos que ouvi e das emoções que senti. É enorme, é coberto e tem centenas de ruas pequeninas. A primeira indicação que recebemos foi “Este é o so sitio onde se podem gastar milhares de Doláres num dia”. Achámos exagerado mas quando o começámos a sentir percebemos que é mesmo possível gastar grandes fortunas sem remorsos e com sentimento de insuficiência. Há milhares de pequenas lojas, cheias de materiais de todas as proveniências, cores e utilizações. Há medida que caminhamos os lojistas insinuam-se em todas as linguas e assedeiam-nos até que nos consigam provar que os produtos que vendem são os mais baratos e de melhor qualidade: em suma a melhor compra que jamais fizemos nas nossas vidas. É muito interessante. Ao fim de algumas horas em que a situação se repete constantemente sem que possamos fazer nada para a controlar começa a ser insuportável porém, no outro dia, é quase inevitável voltar lá só para usufruir outra vez do ambiente até se tornar novamente insuportável.
Num dos dias entrámos numa das pequenas ruas e notámos que os lojista eram estranhamente calmos. Tentaram vender os produtos deles, explicámos que eramos portugueses falidos e um deles convidou-nos para um chá. Disse-nos que sabia à partida que não tínhamos dinheiro para comprar os valiosos tapetes feitos à mão porém não resistiu às nossas caras de boas pessoas. Ao inicio brincámos com a possibilidade de o chá ter drogas mas a confiança mútua foi surgindo e estivemos cerca de 1 hora à conversa com um jovem que nos mostrou que a hospitalidade é um bem precioso para os turcos. Explicou-nos que o pai dele, quando tem visitas, costuma dizer “ Só pagas o chá se não beberes tudo” e,quando algum viajante bate à porta de um turco, é suposto este oferecer o melhor quarto que tem.
Para quem gosta de marcas Istambul é o paraíso das imitações perfeitas: Adidas, Nike, Prada, LV, Burberry etc...São mesmo iguais e têm bastante qualidade.Bom, barato e bonito!!
Visitámos também o mercado das especiarias que, embora fique bastante aquém dos mercados de especiarias do Norte de África, valeu a pena pelo “Love Tea” e Locum que comprámos.
Como vos disse no início seria necessário muito mais tempo para descobrir Istambul. Praticamente cingimo-nos à zona das Çemberlistas. Ficaram muitas coisas por ver: o cruzamentos dos 2 mares- Mar Negro, Mar Marmaro;a visita ao Palácio Topkapi ,a zona dentro do Continente Asiático, Museus,enúmeros cafés e milhões de dólares ficaram por gastar no Grande Mercado.
Preços:
Sónia:Skopje, Macedónia-»Sofia, Bulgária:16€
Sofia-» Istambul:45€(ida e volta)
Diogo:Lisboa-»Madrid-»Sofia (ida e volta):168€
Sofia-»Istambul: 45€(Ida e volta)
Alojamento em Istambul: Cordial House:10€x1(por noite)
Alimentação:3,5€ cada refeição de comida típica de Istambul.
Para mais informações consultem:
www.easyjet.com
www.centralnaavtogara.bg (estação de autocarros de Sofia)

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Plasticomania



Caros Leitores

Não vos abandonei, nem abandonei a minha cabeça a fervilhar de ideias. Continuo a ser uma Idiota(fazedora de ideias)! Acontece que, ao fim de 5 meses, já estou integrada na comunidade. Já tenho os meus ódios sociais de estimação e as minhas paixões. Já consigo antever aquilo que me vai deixar saudosa e,por outro lado, o que me vai deixar feliz por deixar este país, no dia 15 de Junho de 2009.
Dizem que os Gémeos, o meu signo Zodíaco, tem uma capacidade nata para a comunicação. Pois que seja. Escrevo então este post na esperança que não me abandonem. Nada é mais triste que escrever sem ter leitores. O meu ego não foi feito para viver em solidão, porém quero dizer-vos que adivinho alguma superficiliade nos próximos textos.
Há muitas coisas sobre as quais gostaria de escrever mas estão tão profundamente dentro de mim que nem eu as consigo descodificar. Provavelmente vou demorar bastante tempo até entender toda a “macedónia de sentimentos” que tenho cá dentro.
Assim, vamos à idiotice da semana: Há algum tempo estava no ginásio e vi que uma amiga de uma amiga, durante a aula de Fitness, usa umas calças de plástico. Achei um pouco absurdo mas decidi perguntar-lhe o que era “aquilo”. Explicou-me que era mais uma arma contra a persistente celulite. Parecia convicta.
Não obstante a minha crença de que não existem remédios para a celulite-ela veio para ficar e pronto- decidi experimentar o “milagre” .Fui a uma Apeteka (Farmácia) e comprei um par de “Dolce Plástico & Gabanna”(DP&G). Quando voltei ao ginásio esperei que todas as galinhas saíssem do balneário e, tímidamente, vesti-as debaixo das calças de algodão. Foi tudo muito rápido porque não queria ser apanhada naquelas figuras. Depois,durante o exercício quase nem dei conta que as tinha vestidas. São leves e não fazem barulho apenas parecia mais gorda nas pernas. Bom, mas a surpresa veio no fim. Quando despi aquele aparato todo, estava encharcada numa espécie de água viscosa e nojenta. Tentei ser ainda mais rápida para que, mais uma vez, não aparecesse ninguém.
Acham que sou louca? Pois fiquem mais um bocadinho e vejam o que aconteceu alguns dias depois. Voltei ao ginásio. Pús as DP&G dentro do saco da ginástica mas não estava muito convicta se as deveria usar novamente. Fui o caminho todo a pensar “só volto a vestir esta coisa se não estiver ninguém no balneário”. Quando cheguei estavam um monte de mulheres à volta de uma outra mulher que falava alegremente, em macedónio, sobre qualquer coisa. Discretamente tentei perceber do que se riam e admiravam tanto. Foi então que, em choque, percebi que a “fala-barato” estava completamente envolvida naquele plástico que, em Portugal, costumamos usar para tapar os alimentos e pôr no frigorífico ou para embrulhar sanduíches!Que horror!
Claro que as minhas DP&G ao pé daquilo são uma pérola no entanto não quero ser conhecida por aqui como a estrangeira-que-usa-calças-de-plástico-na-aula-de-ginastica-porque-coitadinha-pausa-deve-ter-incontinência!!!!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Parabéns AvóMágica 10-02-1920


“ As coisas vulgares que há na vida não deixam Saudades”

É dificil dissociar a minha avó da minha história pessoal. Ela está em todas as coisas que sou, penso e faço. Ela tem magia. É a pessoa que maior conhecimento me transmitiu apesar de só ter a 2ª classe. Sem ela eu seria incompleta. As minhas recordações mais deliciosas estão relaccionadas com ela. Felizmente deu-me sempre liberdade para ser igual a mim própria (mesmo que isso me custasse umas vassouradas) portanto aproveitei as centenas de oportunidades que tive para lhe mostrar o meu amor e gratidão. Éramos inseparáveis.
Nos últimos anos o Alzheimer roubou-lhe a memória, a energia e a autonomia. Às vezes reconhece-me. Preferia que não. Parte-me o coração quando a sinto chegar de outra parte da vida, ouvi-la dizer “É a Sóninha” e logo de seguida voltar para o mundo escuro e distante em que vive. Não quero que se lembre de mim. Eu lembro-me o suficiente pela duas.E Lembrar-me-ei sempre tal como ela se lembrou sempre da avó dela e me contou com o carinho de neta preferida, que também foi, as estórias que lhe ouviu.

Carambas marianita que lindo avental o teu
Mas que bem que ele te fica
Diz-me quem foi que te deu

Está fazendo mangação
Do avental que me deu minha tia
Se me pudesse roubar para vocemecê não o queria
Mas sim ia oferecê-lo à minha prima Maria

O namoro de tua prima foi só para tempo passar
Tenho estado sempre à espera que te acabes de criar
Como já estás mulherzinha já te posso perguntar

Meu pai não dá licença e minha mãe pode ralhar
Contudo, se nenhum deles deixar
Namoramos às escondidas
Onde a gente se encontrar


Tradição oral alentejana. Cantilena que uma das minhas trisavós contava à minha avó Maria Luísa Garrido.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Anos 60 bem medidos

















































Quanto se vive com 8 jovens de países diferentes que, por sua vez, conhecem outros jovens de países diferentes (que conhecem jovens de países diferente e por aí adiante), é impossível fugir ao ciclo das festas. Há sempre uma festa algures em Skopje. Se os bares estão fechados há sempre uma casa internacional pronta para acolher quem ainda não tem sono.
Depois das Ladies-Night vividas nos tempos da faculdade ,em Lisboa, confesso que não tenho energia para ficar acordada até de manhã, ver o sol nascer com um copo de Skopsko na mão, mas é sempre bom ir. Há sempre amigos para rever e novas pessoas para conhecer. Pelo meio, invariávelmente, há sempre alguém que surge do nada e pergunta “It´s true you come from Portugal?OOOHHH, it´s so great...”.
Bom, narcizismo à parte, estou aqui para vos contar que eu e os meus 8 camaradas decidimos que até ao final do nosso projecto vamos organizar uma grande festa todos os meses. Como a música é um grande mote para a felicidade e, uma vez que faltam apenas 4 meses, decidimos que a cada mês corresponderá uma década, sendo que a “viagem”decorrerá entre os anos 60 até meados da década de 90.
Assim, começàmos no passado fim-de-semana, com uma grande festa de homenagem ao Twist e ao Yeah-Yeah. Era suposto estarmos vestidos a rigor mas muitos falharam o compromisso.Não faz mal. Imaginemos que são visionários e sabem o que se irá usar em 2009,pronto!
“La Bamba”, “Yellow Submarine”, “Mercedes-Benz”, “Let´s twist again” abrilhantaram a nossa noite de glória. A casa estava cheia de pessoas que nunca vi na vida e, disseram-me depois, que estavam representadas mais de 8 nacionalidades.
No final da noite quando os joelhos, pela força do cansaço, já não podiam rodar no twist, a dj foi generosa e avançou, por 10 minutos, até aos 80´s. E, claro, não seria a minha festa se não tivesse Guns N´Roses. Os últimos sobreviventes deixaram a festa com um grande sorriso, abraçados a cantar, pertinentemente, “Where do you go now, Where do you go noooww, aiaiiiiaiaiiiiiii”.
Leitores quero sugerir-vos que se deem ao prazer de viver estas experiências. Todos trazem algo para beber e petiscar. Ouve-se boa música,dança-se um bocado. É uma noite diferente que faz com que todos renasçam e saiam da rotina. Sentimo-nos frescos, mesmo que a casa esteja de pernas para o ar.
Se no final da noite os remorsos pelo incómodo causado ao vizinhos vos começarem a roer nas consciências (se a tiverem) tentem ser ultra-simpáticos no dia seguinte e ofereçam-se para carregar as compras até ao elevador. Se, na festa, vos calhar um penetra que bebeu demais, que está cheio de autoconfiança, que acha que é o maior e que por isso nunca mais vai embora digam-lhe sinceramente que está a ser chato. Se já não restar energia para pegar na vassoura e limpar os “destroços” ponham a vossa música preferida a tocar.

Divirtam-se e contem-me como foi!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Domingo Preguiçoso


O Domingo é, por excelência, o dia da preguiça e da informalidade.
No Verão sabe bem vestir roupas informais, sair e aproveitar o sol mas no Inverno é bom ficar no sofá, aproveitar a vasta oferta de filmes nos canais abertos. Ficamos todo o dia num estado de letárgia a saborear o pijama, as meias grossas,o saquinho de água quente e as bolachas Maria com manteiga às carradas. Procrastinamos a vida para o dia seguinte.
Porém já vos ocorreu que nesses domingos há mais alguns milhões de pessoas a fazerem o mesmo?
Pois bem,há algum tempo uma amiga falou-me de um novo conceito que está a emergir. Consiste na partilha da preguiça de Domingo, ou seja, em vez de estarmos a preguiçar sózinhos,juntamo-nos em casa de algum amigo (que tem amigos, que têm amigos), usamos roupas confortáveis, compramos alguma coisa para comer e partilhamos a nossa preguiça domingueira com outros preguiçosos.Vivêmo-la em Comunidade.
Note-se que "alguma coisa para comer" deverá ser nada muito elaborado. Lembrem-se que é Domingo e estamos todos cheios de moleza, sem vontade de cozinhar.
Claro que esta situação rouba um pouco a magia do "coma domingueiro" mas parece-me um conceito bastante interessante e engraçado.

Hoje comprei o DVD do novo filme do Woddy Allen. Vou convidar os meus amigos mais próximos a virem até ao meu quarto no próximo Domingo.
Hhhmmm, que preguiça que me deu agora!