sexta-feira, 4 de julho de 2014

A Irlanda

Não sei se vou encontrar o pote de moedas de ouro no fim do arco-iris, o qual a Irlanda reclama ser a única detentora. Não sei se os deuses Celtas, os magos e os duendes do bosque me vão proteger nesta minha nova empreitada. A única coisa que sei é que preciso mesmo dum bocadinho de sorte para não voltar a ter a tentação de perder o meu sorriso.

Escolhi a Irlanda porque desde a distância já me pareciam ser uma gente muito nobre, com uma herança cultural ímpar e com uma forte Identidade. Senão, vejam como é que um país consegue ser uma república e ter uma lingua própria, depois de séculos e paredes meias com o poderoso Reino Unido. Essa preserverança que eles tiveram para lutar contra o gigante britânico sempre me fez admirá-los. É preciso ter um grande par de tomates...
Além disso, os irlandeses (a par com os polácos) eram conhecidos como os “negros” da Europa, i.e, nas vagas de emigração para os EUA, eram contratados para os piores e mais mal pagos trabalhos. Eram recorrentemente escravizados à maneira moderna.
Depois, como é que é possível resistir a estas pessoas com o cabelos mais cor-de-laranja que as laranjas de Valência e os narizes todos pintalgados de sardas? Mesmo tratando-se de senhoras de 80 anos, não posso deixar de sentir carinho por elas, porque me recordam ou a Pipi das Meias Altas ou o Tom Sawyer.

À parte questões de ordem intelectual e do imaginário romântico, a Irlanda, apesar de ser um dos países que fez parte da ultima tournée do circo europeu chamada Troika, está em crescimento. As grandes empresas já estão sediadas aqui e muitas outras estão a chegar: Inditex, Microsoft, Apple etc...Tudo porque o governo tem uma política fiscal liberal(desleal) e as grandes empresas que vêm para cá têm uma taxa de impostos muito vantajosa. Também, os salários em trabalhos remunerados, são muito atractivos e, por ultimo, a Irlanda não sofreu um boom imobiliário tão forte como os países do Sul, portanto os preços de aluguer dos apartamentos, são preços justos e adaptados à realidade do país.

Estes são os três principais motivos que me fizeram escolher a Irlanda e não outro país qualquer. Foi uma ideia madurada durante muitos meses, uma decisão ponderada, uma aventura medida.
Cheguei à 4 dias e já meio mundo tem o meu CV. Ainda não tive qualquer feed-back mas, como sempre, vejo o copo meio cheio. Tenho a certeza que algo bom vai acontecer e, se tudo correr dentro do previsto, a Irlanda há-de ser a minha casa nos próximos anos porque me parece um sítio que me pode dar os pózinhos de perelimpim que eu preciso para pôr em prática um série de projectos pessoais. E o que é da vida sem sonhos e projectos?

Em troca, a Irlanda pode estar segura que acaba de chegar a pessoa mais curiosa de todas, capaz de convencer o mundo inteiro que este é o sítio mais incrivel do mundo, que dentro de alguns meses já vou espontâneamente dizer com sotaque daqui “é que NÓS os irlandeses...”.

Como dizia o melhor português que Portugal já pariu “a minha casa é onde eu deixo o meu chapéu...”

E se os deuses Celtas que me quiserem dar um empurrãozinho eu também vou gostar muito....

1 comentário:

debibu disse...

Mulher, como é possível eu não sabia que tinhas ido para a Irlanda.....

Devo andar mesmo bazaroca que não fazia a mínima, se não tivesse vindo ler o teu blog ficava na ignorância.

Espero que esteja a correr tudo bem

Vai pondo posts para sabermos de ti

beijos