quarta-feira, 30 de julho de 2014

Galway

Situada a Noroeste da ilha, Galway é uma cidade jovem e estudantil devido às duas universidades aí instaladas, que atraem jovens de todas as partes do mundos (cheguei num Sábado cedinho e pude comprovar que efectivamente é assim).
Não tenho demasiados dados históricos sobre a cidade e, de pouco adianta fazer um copy/paste da wikipédia porque vocês também podem fazer a façanha, no entanto posso adiantar que é uma cidade que tem cerca de 70.000 habitantes, a maioria jovens e é a quarta maior cidade da Irlanda. Foi em tempos um grande porto comercial que manteve estreitas relações com Espanha, devido sobretudo à familia Lynch. Para a maioria dos irlandeses com quem tenho falado, Galway é uma das cidades mais lindas e que todos ABSOLUTELY me recomendam.

Caçadores de Salmão

Pareceu-me uma cidade viva, com uma energia particular e com uma beleza natural impossível de ignorar. Por isso, decidi escrever-vos sobre ela, sem fazer menção pormenorizada a dados históricos.
Ao longo das margens do rio Corrib, que atravessa a cidade dando-lhe um ar fresco e clean, há vários pescadores a capturarem salmão. Segundo pude entender através de uma breve conversa que mantive com um deles, para poder pescar é necessário pagar um preço diário que ronda os 90Euros. Contudo, o mais curioso é que é possivel encontrar estes pescadores não só nas margens, mas também no próprio rio. Aliás, segundo eles, esta é a forma mais eficiente de conseguir pescar o salmão.
Para que vocês possam compreender o “amor profundo” que os irlandeses sentem pela coroa britânica,em frente ao sítio exacto onde eu parei a falar com o pescador, o rio tem uma forma geofísica curiosa à qual os locais chamam “Queen´s Ass”, ou seja, “O cú da Rainha”. Assim, depreendo que frequentemente uma mãe irlandesa de um pescador que pergunte ao seu filho onde é que ele vai com a cana, pode obter como resposta “Vou com a cana ao cú da Rainha”.

pescadores de salmão no rio Corrib
Spanish Arch

Aí, aí, aí que estes espanholitos estão por t-o-d-a a parte.
Por todas as ruas desta pequena e bonita cidade se ouvem magotes de espanhóis a falarem alegremente (e ruidosamente) entre si, como é seu apanágio. Aliás, na Primark local acompanhei a acessa discussão dum grupo de jovens espanhóis que iam dum lado para o outro, a falar alto e bom som entre eles - como se fossem os únicos hispanohablantes do mundo-  e que estavam indecisos entre roubar ou não roubar uma camisa que um deles gostava. Toda a gente ouviu a discussão. Só não entendeu quem não podia mesmo entender.

Mas parece que esta já é uma tradição antiga, que vem desde o tempo do nosso “dear” Filipe I (Felipe II para os espanhóis). Os negócios entre os espanhóis e os locais começaram por volta do século XVI. O Spanish Arch, junto à Spanish Parade, era o sítio exacto onde os navios espanhóis atracavam quando chegavam à cidade para efectuar trocas comerciais. Traziam sobretudo vinhos entre outras mercadorias.

Hoje em dia o Spanish Arch é um local de encontro, junto ao movimentado bairro latino e ao museu da cidade. Quando eu passei por lá era um local de reencontro de concretamente uns dez bêbados irlandeses.



Musicos callejeros e a Baia de Galway

Para mim os dois pontos fortes desta pequena mas maravilhosa cidade são:
os músicos de rua, que estão em cada esquina e oferecem espéctaculos improvisados de qualidade impressionante. Aliás, segundo pude averiguar, as ruas são o melhor centro de casting do país. É muito comum os típicos Irish Pubs recrutarem os musicos residentes depois de os ouvirem por aí em actuações improvisadas.

E, claro, a enorme Baía de Galway, rodeada de montanhas e dumas pequenas ilhas que agora no Verão são um forte atractivo turístico do pais. Ao longo das praias que compõem a Baía, há uma praia só para crianças. Não entendi muito bem qual é a dinâmica porque o guia tinha um forte sotaque, mas promento averiguar a próxima vez que voltar à cidade.

Quando estive havia bastante buliço no Bairro Latino, um bairro cheio de bares e com esplanadas montadas debaixo de alpendres de madeira, típicos da paisagem irish, assim como um mercadinho de artesanato, que está lá todas as semanas.

Baía de Galway ao fim da tarde, com a maré vazia
"We are all in the gutter...but some of us are looking at the stars." O. Wilde

“Estamos todos na sarjeta...mas alguns olhamos as estrelas”, do polémico e fascinante escritor irlandês dublinense Oscar Wilde. Outro ponto forte da cidade é a estátua de Wilde com o estónio Eduard Vilde. Embora sejam contemporâneos, nunca se conheceram pessoalmente. A estátua representa um encontro imaginário com conversas que ficam à consideração de quem por ali passa. Em 2004 a Irlanda presidia  a UE quando a Estónia se incorporou como membro da comunidade. A estátua é o obséquio que os estónios ofereceram aos, então, anfitriões.

Também, bem no centro da cidade, encontra-se o parque Eire Square/Keneddy Park, com três ou quatro atrações, nomeadamente a estátua de Padraic O´Conaire, um escritor local e excelente contador de história de encantar, que morreu em Dublin em 1928.

A Eire Square é, também denominada Keneddy´s Park, porque quando o malogrado presidente dos EUA visitou o país, proferiu nessa mesma praça um inflamado discurso que fazia menção de honra aos seus antepassados irlandeses. Aliás, basta olhar para as fotos do sr. Keneddy e perceber, através daquele faustoso cabelo ruivo, que ali havia genes celtas.

Fica, pois, por escrever na rúbrica Da Irlanda para o mundo algo sobre Oscar Wilde e John F. Keneddy.

 

Por agora, espero que tenham desfrutado do altamente recomendado passeio a Galway.


Irish breakfast
Eu e um desconhecido junto à estátua de Wilde/Vilde

detalhe rockeiro na parede dum bar local

Informações úteis:

-Autocarro Cork-»Galway = 20EUR/3 Horas

-Autocarro turístico Galway (o melhor é do senhor velhote e pele encarnada J.J) =10EUR/1 Hora

-Irish Breakfast de comer e chorar por mais (eu chorei porque comi demais)= 5EUR na Abbeygate Street Lower



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