terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Viagens por mi España: Toledo alternativo II – Malamoneda e Navas de Estena



Perto da Sierra de Cabañeros, em Hontanar, está Malamoneda*. Um lugar remoto e de díficil acesso, sem estradas ou indicações, perdido no meio da serra. Fora da povoação, um passeio pelo campo revela-se mágico já que correm o risco de se encontrarem com uma antiga necropólis composta por mais de 100 campas a céu aberto ao longo de uma vasta área. É um mistério o interesse que Malamoneda despertou nas diferentes civilizações que a utilizaram desde a Idade do Bronze mas o facto é que é um lugar algo mágico e esóterico. Entre as diferentes campas há vestígios de pedras de sacrificios, antigos centros de reuniões, sitios de oferendas e a sepultura de um pai e de uma filha com inscrições em romano. Ponto de passagem dos Templários, lugar mágico afoito aos mais diversos rituais religiosos e pagãos e, mais recentemente, por volta do séc.XIX, esconderijo de um tesouro mais antigo que os próprios romanos (motivo pelo qual as campas, até então práticamente intactas, foram violadas), são várias as lendas e mitos que acompanham a História do lugar.

Para chegar até este pedaço de História perdido na serra é obrigatório o passo por uma antiga torre de menagem do séc.XIII que agora serve de canil a um agricultor local. Esta torre deu origem a uma aldeia abandonada há vários séculos.  Ainda em Malamoneda, perto do rio, existe uma intrigante construção em ruínas que ninguém sabe dizer ao certo qual a serventia que teve. Existem várias teorias: um castelo, umas termas romanas, um convento. A verdade é que é uma incógnita. A única certeza que vos posso dar é que à porta destas ruínas existe um frondoso loureiro que eu gostaria de ter no meu pomar!
 

Sepultura familiar
Vista parcial de Malamoneda
Detalhe de uma campa violada
 Também a Sierra de Cabañeros oferece uma série de actividades e paisagens gratuitas. Sugiro que parem no Risco de las Paradas, um miradouro com uma vista deslumbrante. Desde aqui, no inicio do Outono é possível ouvir o acasalamento dos veados.  Depois sigam em direcção ao Boquerone, numa aldeia chamada Navas de Estena. Aqui há um parque de merendas muito tranquilo ao lado de um riacho com águas do Rio Estena e um percurso pedreste com grau de dificuldade baixo.

Curiosidade: Chama-se Boquerone- um pequeno peixe que serve de pestisco aos espanhóis,parecido com a sardinha- porque a junção de duas grandes rochas existentes neste local recorda a alguns a cabeça de dito peixe.




Risco de las Paradas**
habitante de Navas de Estena



Mesa do nosso Picnic
Rio Estena

Boquerone
 
Detalhe
* O texto sobre Malamoneda foi feito com recurso a fontes orais e ao blog http://mtogetafe.blogspot.com/2012/07/el-fantasma-templario-de-malamoneda.html

**Mis amigas Vane, Ici, Bárbara (su blog) y yo en el Risco de La Parada
 

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