Uma das grandes excepções é o Núcleo de Arte,
na Rua da Argélia, bairro da Polana. Geralmente aos Domingos está à pinha e
oferece música ao vivo. Os que chegam primeiro não têm de pagar entrada mas a
partir de uma certa hora (ou lotação) cobram 100Mt sem direito a bebida.
Construido ora com cimento, ora com canas, ora com
chapas, o Núcleo é, além de um bar e de uma sala de espectáculos, o atelier e
montra de artistas plásticos moçambicanos. Nas traseiras do bar estão as
oficinas onde os artistas costumam trabalhar. Nas mesmas instalações expôem as
suas obras de arte, informam e negoceiam com potenciais clientes, que somos
todos os que os visitamos. Igualmente podemos visitá-los sem que para isso seja
necessário comprar. Eles estão lá a pintar, a falar, a fumar coisas que fazem
rir, a distribuir simpatia e a trocar ideias. Tive oportunidade de falar com um
desses artistas. Falámos de polémica na pintura, do Museu do Prado e de como
ele gostava de poder visitar os grandes museus do mundo.
No passado Domingo fomos com o Pedro, um
moçambicano que o David conheceu em Madrid e o Sebastian, um suiçobrasileiro
com namorada russa, de St.Gallen (cidade perto da qual eu passei os primeiros
anos da minha vida) tomar um copo e curtir o som do “Chico António”,
conceituado artista moçambicano. Com um par de cervejas começamos a divagar
sobre política, Moçambique e formas de compôr o mundo.
Gostei muito de conhecer o Núcleo e adorei a
filosofia do espaço. Uma ideia exportável.
Sem comentários:
Enviar um comentário