sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Era uma vez um Consulado Português: Panteminice e o Registo Criminal.



Poderia ser o nome de um romance policial de qualidade duvidosa, no entanto é a realidade daqueles que têm de recorrer e depender das entidades públicas portuguesas.

Não quero ser velho do Restelo. Aliás, quem me costuma ler sabe que sou bastante pró-Portugal e que me aborrece a crítica gratuita mas há alturas em que me sinto impotente. A engranagem não anda e, apesar de toda a minha energia, não consigo fazer nada para reverter a situação que é do meu total e exclusivo interesse.



Posto isto parece-me tudo uma grande panteminice e na minha cabeça, além do fado “Uma casa portuguesa” ecoa a pergunta “para que é que esta gente está aqui? Considerando o nível de produtividade não estariam melhor em casa a ver o programa da Fátima ou da Julia?? Há coisas que não têm sentido. São incongruentes no seu todo.



Como já vos contei aqui candidatei-me a um concurso para a Embaixada Portuguesa. Entre a mais diversa burocracia pediam-me o registo criminal de Portugal. Fiz uma declaração de plenos poderes e a minha irmã por 3,50€ e 15 minutos de espera tratou-me do assunto, enviou-me um scan e eu pú-lo na papelada solicitada. Telefonaram-me da Embaixada para dizer que o unico impedimento para que a minha candidatura não fosse aceite era o facto de dito documento ser uma cópia. Aconselharam-me a ir ao Consulado e a pedir uma cópia autenticada. Fui. Sofri.



Compreendo e aceito que não possam autenticar a fotocópia de uma fotocópia mas, tendo em conta que o próprio Consulado demora 3 meses a entregar o registo criminal (que é precisamente a data de validade do documento) e que como alternativa apresentem soluções que implicam gastos evitáveis se as coisas funcionassem com lógica (esta vez falaram-me da telecópia disponivel nos notários que custa a módica quantia de 50€) porque é que o cidadão tem de sofrer as consequência desta grande panteminice que são as entidades e instituições públicas portuguesas?

Se num concurso público da Embaixada, aberto durante 15 dias, me pedem um certificado de registo criminal que o consulado não tem capacidade de me facultar em menos de 3 meses porque é que não encontram alternativas? Porque é que eu tenho de abdicar de me candidatar a um posto por culpa da incompetência e falta de articulação entre as entidades. Se fosse a Embaixada de Portugal na China e o Consulado de Portugal no Dubai compreendo que não tivessem porque articular estratégias mas neste caso não há desculpas. Ou é distração ou os postos de trabalho já estavam previamente destinado a duas criaturas privilegiadas cujo apelido será Cunha.



Esta imagem poderia representar a degradação de Portugal no seu todo.

(Av. Eduardo Mondlane, Maputo)


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