Poderia ser o nome de um romance policial de
qualidade duvidosa, no entanto é a realidade daqueles que têm de recorrer e
depender das entidades públicas portuguesas.
Não quero ser velho do Restelo. Aliás, quem me
costuma ler sabe que sou bastante pró-Portugal e que me aborrece a crítica
gratuita mas há alturas em que me sinto impotente. A engranagem não anda e,
apesar de toda a minha energia, não consigo fazer nada para reverter a situação
que é do meu total e exclusivo interesse.
Posto isto parece-me tudo uma grande
panteminice e na minha cabeça, além do fado “Uma casa portuguesa” ecoa a
pergunta “para que é que esta gente está aqui? Considerando o nível de
produtividade não estariam melhor em casa a ver o programa da Fátima ou da
Julia?? Há coisas que não têm sentido. São incongruentes no seu todo.
Como já vos contei aqui candidatei-me a um
concurso para a Embaixada Portuguesa. Entre a mais diversa burocracia pediam-me
o registo criminal de Portugal. Fiz uma declaração de plenos poderes e a minha
irmã por 3,50€ e 15 minutos de espera tratou-me do assunto, enviou-me um scan e
eu pú-lo na papelada solicitada. Telefonaram-me da Embaixada para dizer que o
unico impedimento para que a minha candidatura não fosse aceite era o facto de
dito documento ser uma cópia. Aconselharam-me a ir ao Consulado e a pedir uma cópia
autenticada. Fui. Sofri.
Compreendo e aceito que não possam autenticar
a fotocópia de uma fotocópia mas, tendo em conta que o próprio Consulado demora
3 meses a entregar o registo criminal (que é precisamente a data de validade do
documento) e que como alternativa apresentem soluções que implicam gastos
evitáveis se as coisas funcionassem com lógica (esta vez falaram-me da
telecópia disponivel nos notários que custa a módica quantia de 50€) porque é
que o cidadão tem de sofrer as consequência desta grande panteminice que são as
entidades e instituições públicas portuguesas?
Se num concurso público da Embaixada, aberto
durante 15 dias, me pedem um certificado de registo criminal que o consulado
não tem capacidade de me facultar em menos de 3 meses porque é que não
encontram alternativas? Porque é que eu tenho de abdicar de me candidatar a um
posto por culpa da incompetência e falta de articulação entre as entidades. Se
fosse a Embaixada de Portugal na China e o Consulado de Portugal no Dubai
compreendo que não tivessem porque articular estratégias mas neste caso não há
desculpas. Ou é distração ou os postos de trabalho já estavam previamente
destinado a duas criaturas privilegiadas cujo apelido será Cunha.
Esta imagem poderia representar a degradação de
Portugal no seu todo.
(Av. Eduardo Mondlane, Maputo)
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