A conselho do meu simpático amigo António (deixo-vos aqui o blog dele) comprei, no Verão passado um exemplar em 2ª mão de “A Servidão Humana” (“Of Human Bondage”). Deixei-o de parte para ler em Moçambique e comecei 2013 na companhia de Philip Carey. Desde a primeira página senti-me maravilhada pela história, pela escrita e pela forma humana como o autor se expressa. Nalguns momentos senti-me identificada com o personagem pelas perguntas que se coloca referentes à condição humana e ao papel que representa a nossa passagem pelo mundo/vida. Nalgumas páginas vislumbrei a resposta às minhas próprias dúvidas existencialistas. Noutros momentos odiei o Philip pela fraqueza dele. Senti-me incapaz de o perdoar por ser tão estupido mas quando a ultima página chegou senti, sobretudo, uma grande tristeza. Até hoje sinto saudades dele e da sua imensa dignidade e fico ansiosa que o tempo apague da minha memória detalhes da sua vida para eu ter uma desculpa para voltar a ler o livro.
Depois em conversa o meu querido amigo Jan,
recomendou-me“ No Fio da Navalha” (The Razors Edge”), também de Maughan. Comecei
a lê-lo há 2 dias e tenho de me autocontrolar para não ler tudo de rompante. Com
muito cuidado cheguei só à página 70 e já estou novamente perdida de amores
pela escrita humanista desde escritor. Sinto-me agradávelmente surpreendida por
voltar a encontrar as mesmas questões existencialistas que o Homem , mais tarde
ou mais cedo, se coloca ( reconheço que não TODOS os Homens). E Maugham parece ter
sempre uma resposta simples mas lógica a cada uma dessas questões.
“Creo-
dijo Larry gravemente- que no alcanzaré la paz hasta haber formado una opinión
concreta acerca de las cosas- vaciló-. Es difícil expresarlo con palabras. En
cuanto procuro hacerlo, siento algo así como vergüenza. Y me digo: ¿quién soy
yo para quebrarme la cabeza de esto, y lo otro y lo de más allá? Quizá no sea
más que un pedante y un necio. ¿No me valdría más tomar el camino trillado, y
no preocuparme de lo que me pueda ocurrir?....
…Es
difícil no preguntarse cuál es el significado de la vida y si tiene sentido, o
si todo ello no es más que un trágico error de una fatalidad ciega.”
“El Filo de
la Navaja”,
pág.68, Edições El País, Clásicos del Siglo XX
Jogo de Xadrez, Parque dos
Profesores, Maputo
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