Sabem
aqueles que me conhecem que eu não sou amiga intima da religião. Estou
igualmente convencida que Deus é uma invenção do Homem. Precisamos acreditar em
algo transcendente, por isso, ao longo dos tempos fomos inventando mitos e
entidades transcendentes. Antes de Cristo, o Homem já acreditava nos deuses e
já tinha os seus rituais de culto religioso. Temo a Deus porque sou uma cobarde
que não consigo cortar com a herança cultural. Desde criança que ouço dizer “Se
fizeres isto, aquilo ou o outro Deus castiga-te”, logo é dificil ter uma
opinião 100% firme e dizer que não existe porque isso, no fundo, é trair a
minha cultura. E se depois existe e me castiga mesmo? Neste pensamento
instintivo de defesa reside a cobardia...
Mas
se me ponho a pensar racionalmente, chego à clara e irrefutável conclusão de
que não existe. Em caso de que existisse seria um elitista, totalmente parcial,
porque só olha para um lado. O outro lado, o das perpétuas injustiças, é
constantemente negligenciado pelo seu olhar. Logo, chego á conclusão que Deus
não existe mas é mais fácil para todos dizer que sim.
Não
quero dizer com isto que em caso de necessidade não me volque a Deus. Acredito,
também, que em caso de necessidade, faz falta acreditar am algo que nos
transporte para fora da nossa realidade. Algo que transcenda o campo terreno
porque a realidade que nos rodeia é demasiado dura. Nesse momento, preferimos
elevar o espírito e é quando alimentamos
a fé.
Também
devo de admitir que sinto uma certa inveja das pessoas que são crentes e que
falam dessa Paz, dessa alegria e dessa companhia que encontram em Cristo. É
sobretudo quando me dói cá dentro e a fé nos Homens escasseia que eu penso que
a minha vida seria muito mais fácil e leve se eu pudesse dizer “olha oh Deus, agora ponho este assunto nas
tuas mãos. Tu é que decides, ok?”.
Bom,
não esperem encontrar no ultimo parágrafo deste texto uma conclusão brilhante.
Senti necessidade de falar sobre este tema aqui no blog. Foi só isso.
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