sábado, 29 de dezembro de 2012

Passeio pela Baixa de Maputo II



Desci pela Avenida Samora Marchel e na Avenida 25 de Setembro virei à direita. Queria comprar algumas capulanas portanto entrei na famosa Casa do Elefante. Infelizmente achei tudo demasiado caro (>160 meticais). Vi tecidos lindos mas fica para outra ocasião. A conselho de uma amiga que me acompanhava subi pela agitada Avenida da Guerra Popular. Após muito lutar para passar entre a multidão que se acumula nas ruas e que olham, tocam, tentam vender, entrei em várias lojas de venda de capulanas. Comprei duas muito bonitas e coloridas que custaram no total 140 Meticais. Adoro lojas de capulanas. Que cor, que vida!

 

Depois fui até à imponente  e romântica estação de comboios, construída em aço e madeira. Os planos iniciais do actual edifício datam de 1904 desenhados pelo arquitecto Mário Veiga e pelo empreiteiro italiano Maroni. Em 1908 iniciou-se a construção e, por fim, a 19 de Março de 1910 foi inaugurada no entanto, já em 1895 exisita uma estaçao contruída com zinco e madeira. Pouco restou da agitada e cosmopolita estação de comboios de outrota. Não há vivalma nas plataformas e, as carruagens estacionadas, são velhas. Existe um horário mas, ao não existirem passajeiros, não me parece que passem demasiados comboios. A estação é, portanto, um Museu onde é possível dar uma volta, tirar umas fotos a 2 antigas locomotivas e aos cerca de 10 segurança que estão sentados nos bancos a olhar para a solidão dos carris.





Mesmo em frente à estação dos comboios, na Praça da Vitória há uma estátua gigante que presta homenagem aos combatentes africanos e europeus da Grande Guerra porém, como é sabido a cultura moçambicana está profundamente marcada por tradições ancestrais e pelas religiões animistas. Assim, o que parece ser uma estátua de homenagem a heróis de guerra para os moçambicanos transforma-se numa lenda, num mito. Ora, dizem por aí que no local onde está erguida a estátua em tempos houve uma árvore onde vivia uma cobra muito má que costumava comer os meninos e as mulheres que iam à fonte buscar água. Um dia, uma das mulheres mais velhas, fartou-se da situação e decidiu cozinhar uma papa muito forte dentro de um caldeirão. Quando a papa ainda estava muito quente a mulher pôs uma capulana na cabeça e em cima equilibrou o caldeirão. Ao passar por debaixo da árvore, a temível cobra  que já ia lançada para picar na mulher, teve uma desagrádavel surpresa ao encontrar-se com o preparado a ferver e morreu abrasada. Por isso, a estátua que está no centro da praça está acompanhada por uma cobra. 



E destes passeios se faz o meu dia a dia em Maputo e destas estórias se faz a História de Moçambique.

Passeio pela Baixa de Maputo I



Baixa de Maputo I:



Descendo pela Avenida 24 de Julho e girando à esquerda, depois de muito caminhar, cheguei à Avenida Samora Marchel. Aqui, há uma Praça de grande dimensões onde estão 4 dos edificios mais emblemáticos de Maputo.



Em frente ao Hotel Pestana está a Catedral Metropolitana da Nossa Senhora da Conceição, aka, Catedral de Maputo. Inaugurada em 1944 chama a atenção a torre de 61m de altura.





Ao lado, na Praça da Independência está o edificio do Conselho Municipal de Maputo que me recorda a Câmara Municipal do Porto. É um edificio clássico projectado pelo arquitecto Carlos César em 1947. E no centro da Praça está uma ostentuosa estátua de Samora Marchel apontado o dedo aos seus subdictos.







(Tive muita dificuldade em encontrar informação sobre ambos edifícios portanto quase tudo o que escrevi é uma cópia quase exacta das poucas linhas que aparecem na net.)



Mesmo ao lado, à esquerda, está o Francomoçambicano, um espaço muito agradável, sede da cultura francesa em Maputo. Situado num edifício de principios do séc. XX, na entrada está uma loja de moda inspirada nas matérias -primas moçambicanas (a meu ver é tudo bastante caro embora muito bonito TUDO) e uma livraria. Em frente está a recepção e uma sala de exposições e do lado esquerdo um bar com esplanada onde apetece estar toda o dia. Não tomei nada porque o meu orçamento nestas visitas de reconhecimento de terreno consiste nuns míseros 10 ou 15 Meticais (< 0,50€) mas o jardim tem umas sombras muito agradáveis.






E logo depois está a Casa de Ferro, um curioso edifício que um teimoso governador português "afectado" pela febre da modernidade parisiense mandou fazer aos estúdios do conhecido engenheiro Gustave Eiffel. Ninguem previu, nem mesmo o famoso Eiffel, que com o clima africano, a casa seria inabitável. Assim, jamais foi utilizada como residência do Governador, tendo sido ocupada por diversos organismo. Foi, inclusivé, mudada de sítio. Hoje em dia alberga a Direcção Nacional de Cultura.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Serviços de Migrações = Odisseia Homérica: Parte I


A odisseia para conseguir visto de entrada em Moçambique começou há vários meses. Depois de muito esperar por uma carta de convite que vinha e voltava a vir com erros incompreensivéis de redação finalmente conseguimos reunir toda a documentação (Certificado de Registo Criminal assinado pelo Ministério de Justicia e Ministério de Asuntos Exteriores e bilhetes de avião) e fomos à Embaixada de Moçambique em Espanha. Pagámos uns incompreensíveis 80€, esperámos 12 dias e, por fim, devolveram-nos os nossos passaportes com um visto de entrada.

O visto estabele um prazo de 30 dias para começarmos a tratar do DIRE ( Documento de Identificação do Residente Estrangeiro). Assim, ao 5º dia dirigimo-nos às instalações dos Serviços de Migrações (SM). Por ser Segunda-feira estava à pinha e decidimos voltar noutro dia. Como somos Missionários Leigos aproveitamos para pedir uma papelada necessária à Arquidiocese de Maputo. Burocracia para cá, burocracia para lá, uma série de fotocópias e uns quantos meticais e hoje voltámos aos SM. Aparentemente os formulários estão bem preenchidos, só faltam mais umas fotocópias e pasmem-se, uma fortuna que temos de pagar!! No total os dois vamos pagar quase 1500€. Como eu sou CPLP pago menos cerca de 5000 Meticais. E quando dinheiro e papéis estiverem entregues vamos passar largos meses à espera que nos estreguem o nosso cartão de residentes para 1 ano. Dentro de 1 ano começa novamente a papelada e teremos de voltar a pagar o mesmo ou mais dinheiro. Há casos em que os cooperantes são sujeitos a toda esta confusão e quando se vão embora do país nem sequer chegaram a receber o cartão de residente...

Como podem imaginar hoje não estou de muito bom humor. Posso até compreender a burocracia e as filas mas não posso jamais compreender a quantidade de dinheiro que nos pedem para a nossa legalização. É um assalto à mão armada com a conivência do Estado.
Fico particularmente chocada pelo facto de sermos cooperantes. Deixamos os nossos países, família e amigos e partimos. Somos confrontados com o desconforto do desconhecido com o único  intuito de ajudar Moçambique a ser um país mais desenvolvido e próspero. Educamos crianças  e proporcionamos cuidados de saúde à população abandonada pelo sistema. Construímos poços para que possam beber água salúbre e movemos consciências na Europa para que sejam feitas donações para podermos continuar a fazer o nosso trabalho em prole da sociedade moçambicana. Muitos de nós, apesar de termos comida, cama e roupa lavada, recebemos salários locais ( ou nem isso) que não chegam, afinal, para pagar os valores do visto de residência.

To Be continued....

Vila Algarve e a memória da PIDE


O Vila Algarve, no bairro da Polana, é um edifício elegante, decorado com azulejos algarvios e com as paredes de um amarelo tímido. Foi construído em 1934 e ampliado posteriormente em 1950.

Quartel-general da PIDE em Moçambique,  o " Vila Algarve" é testemunho de um período sádico e macabro da História do espaço lusófono, tal como testemunha o poema "Vila Algarve" de José Craveirinha.

Intrigada com tamanha beleza proporcional ao abandono decidi indagar. Contaram-me que o edifício está vetado ao abandono desde há muito tempo e que corre a viva voz que nele vivem fantasmas. Por esse motivo não foi ocupado pela Ordem dos Advogados de Moçambique que o comprou há mais de 4 anos.
Ainda mais intrigada decidi pesquisar no google fontes que me pudessem trazer alguma informação fidedigna e terrena. Descobri então uma série de blogs com textos escritos por gente igualmente fascinada pela beleza do imponente edíficio. Segundo pude entender, o "Vila Algarve", considerado actualmente de interesse público, está habitado por moluenes- crianças de rua e marginais. Existem algumas propostas que visam a reabilitação do edíficio e conversão num Museu de memória.

Bom, eu não sei se existe ou não vida paranormal lá dentro. Posso apenas afirmar que vi alguns dos seus novos habitantes a deambularem pelo telhado e um deles até me disse adeus! Talvez sejam estes os "fantasmas" a que a sociedade moçambicana se refere. Só assim se justifica como é possível olhar para o lado, passar de largo e ignorar este colosso urbano (e histórico). De momento não avistei outro tipo de fantasmas mas como há tanto, tanto, tanto lixo nas redondezas o que eu vos posso garantir é que o cheiro por ali é qualquer coisa de outro mundo....




domingo, 16 de dezembro de 2012

Insólitos Maputo #1






Love is in the air

O casal mais apaixonado da Casa do Gaiato

A Henriqueta


E o Chico Farinha




Maputo, Matola e outras coisas insólitas


No 2º dia em Moçambique fomos à Matola visitar a Casa do Gaiato. O trânsito para sair de Maputo é caótico. Confesso até que estou um bocado assustada. Aparentemente não existe qualquer ordem prévia. Pessoas, carros e cabras misturam-se na estrada. Pelo meio a polícia, com as suas largas metralhadores, vai mandando parar. Mesmo que esteja tudo em ordem eles encontram sempre algum motivo para pedir dinheiro e, quando não têm a mínima possiblidade (o que é dificil porque, por exemplo, a inspeção é obrigatória mas ninguém faz e os carros são muito velhos) não têm papas na língua e pedem directamente uma ajuda pessoal.
O mesmo sucede com os passaportes. Nós, os estrangeiros, temos de levar sempre o passaporte caso contrário, se um polícia nos pede a identificação, temos problemas no entanto, é dito e sabido que a polícia é extremamente corrupta e aceitam qualquer suborno. Segundo pude entender o mínimo aceitável são 100 meticais (aproximadamente 3€). Se eventualmente só tivermos disponível 1 nota de bilhete superior os polícias oferecem-se para dar o troco!!!
Gostava de ter coragem para tirar uma foto aos carros de polícia e às armas que levam á cintura mas acho que isso me poderia trazer sérios problemas. De qualquer forma, para terem uma ideia de como são, imaginem as imagens das guerrilhas que nos chegam através dos noticiários: Ruanda, Libéria, Sudão etc...

Bom, como vos contava, fomos à Matola. Assim que saímos de Maputo-cidade a paisagem muda e passa a ser bastante mais agrícola. Há casas semi-construídas e casas de palha à beira da estrada e outras mais metidas dentro do mato. As mulheres caminham com grandes mercadorias na cabeça e, por vezes, também com os filhos pendurados nas costas. Ao longo da estrada há plantações imensas de milho.
Cerca de Massacra há uma ponte que ruíu por causa de umas chuvas. Foi há mais de 1 ano. Como o rio que passa por debaixo da ponte não tem nem 50cm de profundidade a solução encontrada pela população foi continuar a cruzar o rio como se nada fosse. Atravessámos, pois, o rio com o carro e de um lado e doutro havia gente a tomar banho, inclusivé mães de familia vestidas de capulanas da cintura para baixo mas despidas da cintura para cima. Assim estavam com os seus proeminentes seios ao léu enquanto chapas, machibombos e gente normal cruzava o rio dentro de veículos.

Ponte ruída em Massacra

Em todo o caminho vi pessoas sairem de dentro do mato e caminharem na beira da estrada. Por fim, chegámos ao Gaiato. No caminho vi 2 lagartos a cruzarem a estrada. No Gaiato fomos recebidos pela Irmã Quitéria, pelo Padre José e por uma série de miudos muito simpáticos que se encarregaram de nos mostrarem as instalações. Quando estavamos a menos de 1 hora do pôr-do-sol e já nos tínhamos despedido de toda a gente percebemos que o carro não funcionava. O drama, o horror, a tragédia. Foi um miudo aprendiz de mecânico que fez a maior parte do trabalho e deu ideias bem interessantes para resolver a situação. Os outros, já homens feitos, ficavam parados a olhar para o capot do carro aberto a darem a sua opinião sobre o problema. Por fim, conseguimos voltar, mas apanhou-nos a noite ainda longe de Maputo. Uma vez mais as pessoas misturavam-se com os carros. É realmente perigoso. Soube então que há muitos mortos por acidentes de tráfico e que quando alguém atropela mortalmente a um peão se subornar a polícia pode seguir em liberdade, i.e, a vida do ser humano vale nada por estas bandas.

 O carro avariado e o Mr.Boss a observar a paisagem


Foi a primeira noite que dormimos sem o efeito do cansaço provocado pela viagem e tivémos, ambos, uma valente insónia apesar do cansaço. Tudo porque o nosso mosquiteiro é pequeno demais para a nossa cama. Se um puxa de um lado o outro fica com o corpo descoberto e, pior, o mosquiteiro desprende-se e cola-se ao corpo. Ficamos, pois, cheios de calor porque o ar não se move debaixo do mosquiteiro e, além disso, ficamos à mercê dos mosquitos. 

A nossa cama enorme com o mosquiteiro pequenino

Hoje andámos a passear. Fomos ao banco e levantámos os nosso primeiros meticais. Fomos conhecer a Embaixada e o Consulado de Portugal e, pelo meio, encontrámos uma pastelaria portuguesa com bolos tradicionais: bolo de arroz, bola de berlim, palmier recheado etc...Na rua comprámos 4 maçãs, 1 limão e uma papaia e pagámos 100 Meticais. É uma pena que nos roubem só porque não somos daqui. Eu adoro comprar aos vendedores ambulantes mas, no fim das contas, terei de começar a comprar no supermercado onde os preços estão regulamentados.

Estou de rastos...Vou dormir.

Moçambique:primeiras iimpressões


Maputo visto do ar

Depois de uma larga viagem, com escala em Doha, onde fomos muito bem tratados pela companhia Qatarairlines, por fim chegámos a Moçambique, dia 12-12-12 às 12h e algo da manhã. O primeiro choque cultural sucedeu no aeroporto: um segurança "tá-se bem" que nos disse "oi, tudo bem?" mas que não nos disse qual a fila que deveríamos ocupar. Depois de mudar para aqui e para ali tivémos de preencher um papel com os nossas dados, onde, entre outras coisas, nos perguntavam o motivo da nossa estadia e a morada do sítio onde íamos ficar instalados. A funcionária do Serviço de Fronteiras era um amor. Falou conosco e riu-se de coisas, tudo na boa, sem parecer minimamente stressada com o tamanho da fila atrás de nós. Quando recolhemos a bagagem tivemos de passar por um control Raio-X que se avariou e as pessoas que ocupavam a longa fila passaram todas para cá e para lá e foi a loucura. Os funcionários levaram tudo "na boa" mas eu, sinceramente, fiquei um bocado desesperada com tanta anarquia!

Enfim, cumprimentámos os amigos que tínhamos à nossa espera e entrámos na pick-up conduzida pelo lado direito (os primeiros carros a serem comercializados em Moçambique foram trazidos pela comunidade britânica por isso, agora, conduz-se pelo lado direito). O trânsito é caótico e desorganizado e assim que saímos do aeroporto entrámos por uma avenida larga e comprida cheia de casas pobres pintadas com cores muito garridas. Algumas por auto-recreação, outras suponho que serão patrocinadas pelas marcas que promovem. Muita gente na rua com um aspecto bastante pobre. As mulheres vestidas com cores alegres e a transportarem os filhos às costas, os homens para cá e para lá num frenesim contínuo. Por todos os lados há venda ambulante: roupa em 2ª mão, acessórios para os carros, óculos de sol, fruta, batatas, bolsinhas de acajú e por aí fora. Fomos ao Mercado do Peixe comprar o nosso almoço. Todos os vendedores nos tentaram impigir o seu produto mas quando diziamos que não estavamos interessados eles deixavam-nos em paz.

Mercado do Peixe

Mercado do Peixe

Mercado do Peixe


Como já disse as ruas são caóticas. O asfalto mistura-se com a areia cor-de-laranja tão característica dos postais africanos. Os passeios estão destruídos e é impossível caminhar sem encontrar obstáculos. O lixo está por todas as partes, mesmo nos bairros ricos e as pessoas convivem normalmente com esse facto.

Ao fim da tarde fomos dar um passeio pela vizinhança. Entrámos pelo "Parque dos Namorados"e caminhámos junto ao mar. Podemos apreciar um pouco da imensidão da Baía de Maputo e adorámos. Estava calor. O tipo de calor que aí costuma estar nos dias de Verão em que sabemos que vai trovejar. Depois contínuamos sei lá por onde, encontrámos um mercado de artesanato com coisas maravilhosas e, por fim, perdemo-nos. Andámos talvez 1 hora às voltas. Já era de noite quando, por fim, encontrámos a nossa casa. Há muita gente nas ruas e a maioria dos edíficios publicos e privados, bares e cafés, têm um segurança à porta. Parece-me que isso é um indicador de insegurança e vandalismo. Assim, pelo menos ao princípio, evitaremos passeios nocturnos.

Vista do Parque dos Namorados para a Baía de Maputo

Mercado de Artesanato


A nossa casa temporal é mesmo ao lado da Embaixada de Portugal e do Instituto Camões. Há muitos portugueses e grande parte dos produtos são portugueses. Nesse sentido acho que não vou ter problemas de adaptação mas...quem me conhece sabe que eu gosto mesmo é de me misturar com a gente portanto, troco todos os sumos Compal e as Água das Pedras por uma manga moçambicana ou por peixe fresquinho comprado no mercado.

Ainda não me apaixonei perdidamente por Maputo.  Estou perdida com a informação que recebo através da observação mas sinto-me a pessoa mais feliz do mundo. É importante lutarmos pelos nossos sonhos e ouvir sempre a voz chata e pretensiosa que cada um de nós leva dentro. Essa voz que nos alerta para as a existência das coisas que nos preenchem (apesar de eu achar cada vez mais que é impossível sentir-se 100% preenchido).

Fim do 1º capítulo. Até breve.

Luxos aéreos

Nao sei quantas comidas e tudo isto de oferta pela módica quantia de 538€:



Por isso é que as companhias aéreas estao na banca-rota!

Obrigada na mesma.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Viagens a mi España: "Se dejó el corazón en Madrid"

" Dejarás de ser extranjero a los 5 minutos de llegar a Madrid", gémelos de Gran Via

Yo y mis amigas con los gémelos de Gran Via (por cierto, majísimos y muy cheli)

No es una ciudad de monumentos. La verdad es que exceptuando Madrid de los Austrias no hay una arquitectura características. Más bien nos encontramos con una anarquia de estilos que viven en perfecta comunión pero así es Madrid: monumental en el bater de su corazón siempre tan vivo.

Recuerdo ese primer findesemana en que me perdi en la Calle del Pez, en mi favoritísima Malasaña. Necesitaba ir a Gran Via y me acerqué a un quiosco para pedir indicaciones. Su dueño, al ver que me acercaba, antes de yo pudiera siquiera darle los buenos dias , abrió los brazos hacia mi y me gritó con una alegria de la gente de aqui "buenos diiiiias guapetona. Y no me digas que no estas guapetona!!!"

Y así siguieron saludandome en los bares, en el supermercado del barrio, por los vecinos. Aunque hubiera amanecido con unas ojeras tremendas la gente me saludaba con una sonrisa. "buenos dias cariño", "adiós mi vida", "hola guapa". No que yo lo sea sino que los madrileños son así y punto pelota!

Resumiendo, los madrileños son la alegria de un partido del Atleti, una caña fresquita en una tarde de invierno, un paseo por Sol a un Sábado por la tarde, una quedada en el kilómetro cero, las porras al desayuno y el bocata de calamares, un bar lleno de ruído donde todos hablan a la vez y cada vez más alto(y parecen entenderse), una carcajada porque ellos, los madrileños, siempre tiene un motivo para "liar la de Diós. Lo que no está escrito". Y para luchar aunque ellos mismo se crean unos débiles acomodados. En la vida podré olvidar esos meses de indignación donde, después de cada jornada laboral, la gente se pasaba por Sol para ver el ambiente y ya se quedaba un ratito a "ver que pása". Todos juntos en calle con la ilusión en la mirada sacábamos las pancartas y grítabámos en unísono "Ley de extranjeria para la Reina Sofia", "Democracia Real". Creer que todos juntos sí que podríamos cambiarlo. Y yo en el médio del mogollón gritando palabras de lucha. Me dejaba llevar y pensaba que se todo el mundo llevase un madrileño dentro sí que se podría llegar a cambiar el mundo.

No todo fueran flores. Me custó aprender que los madrileños también son bordes. Yo que vengo del país de lo políticamente correcto no logré nunca acostumbrarme al camarero que grita del otro lado de la barra "que te pongo?", al compañero de trabajo que dice "vosotros, los extranjeros, lo habéis venido a fastidiar". Ni hablar de las dependientas de El Corte Inglés  "Ãh? Qué dice que no la entiendo?". Pero Madrid se va dibujando así, a través de la masa humana y ahora es también mi casa y se me parte el alma de morriña ante la incógnita de saber si algún dia volveré a salir a la calle sólo para ver pasar a la gente. Esa gente que sin saber me enseño a hablar español "sobre la marcha".

Y en mi memória el 23 de Enero del 2010, cuando llegué de Lisboa para vivir en la capital del Reino. En el aeropuerto me esperaban mis amigos Guillermo y Laura. Me llevarón de paseo de coche por la Castellana. Hasta hoy me encanta cruzárla de la misma manera porque me recuerda a mis primeras horas: el anuncio de Andalacía en el tejado de un edificio, las torres de Plaza Castilla. Y cuando pasábamos delante de Nuevos Ministérios mis cicerones me explicaban que ahí es donde estaban muchos de los políticos. Yo con la ingenuídad de quién esta acostumbrada a la ausencia de terrorismo les contesté alegremente "Pues aqui me echaria yo unas cuantas bombas".

Ay... y las tardes de primavera-verano tirada en el césped de El Retiro con Sofia ou simplemente sóla. Y más tarde, ya con el corazón arropado de amor, recogí las calles de Madrid, caminando al lado de David. Me iba contando donde se ha comido su primer Kebab; su amor por la  Cuesta de Moyano y las maravillas literarias que uno se puede encontrar ahí; el sítio exacto donde Zorrila ha leído por primera vez algunos de los versos de D. Juan Tenório etc...

Y en un dia frio de Enero del 2012 la vida se tragó a mi amigo Álvaro, un madrileño engachado a la vida y al Mundo. Entonces yo no volvi a perder un día tirada en el sofá, a menos que el cuerpo lo pidiera. Después de ese hecho terrible me enamoré perdidamente de la vida y Madrid estaba a mi lado, corriendo al ritmo de mis ganas de disfrutar cada segundo.

Es difícil elegir un sólo sítio porque una vida no llegaria para conocer cada rincón de este grande pueblo. Me da una envídia terrible de Sabina porque quisiera yo haber escrito el poema de la canción "Pongamos que hablo de Madriz".

Hasta siempre Madrid!




domingo, 9 de dezembro de 2012

Adrian Mole na idade do cappuccino



Não “encontrava” o Adrian Mole desde que eu tinha uns 15 anos e ele, sensívelmente, a mesma idade. Já me tinha lembrado dele entretanto mas cada um seguiu as suas vidas.

Há pouco tempo senti uma enorme curiosidade de saber o que seria feito dele depois de termos partilhado ideias na adolescência. Já não me lembrava da Paloma, nem da família disfuncional por isso, foi com alguma desilusão que constatei que os anos não mudaram o Adrian Mole. Continua incorruptível para o melhor e...para o pior.

Menos mal que no final deste “Adrian Mole e a idade do capuccino" somos brindados com algum bom-senso.

Se andam desesperados à procura dele tenham calma. Já sei porque é tão dificil encontrar-lo. A Difel, a editora que publica os diários faliu e, pelo que entendi, até ao momento nenhuma outra editora tens os direitos de autor. Procurem em feiras de 2ª mão. Eu encontrei o meu num pequeno alfarrabista, em Braga.


Parabéns Mana!

Hoje a minha irmã faz 33 anos e a minha mãe escreveu este poema para ela:

No dia em que nasceste,
faz hoje 33 anos
todas as crianças que nasceram nesse dia
nasceram com icterícia,
mas tu não...
Lambi-te tão bem,

com os olhos,
com o coração ,
com as mãos
que te esperavam com todo o amor do mundo ,
que a tua pele não ficou amarela...
e...
Ainda hoje...
e sempre...
para mim é a mais bela...
Adelina Trindade