sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Braga



A minha viagem pelos caminhos de Portugal continuou em direcção a Braga.Confesso que o corpo já estava um pouco cansado portanto faltou-me a energia para percorrer Braga de fio a pavio.

O que mais me impressionou foi a vida que a cidade tem. Imaginava Braga uma cidade pequena, como tantas outras de Portugal, com meia-dúzia de serviços que permitam justificar a denominação de cidade. Enganei-me de todo. Seja pelo pólo universitário que enche a cidade de estudantes e de vida nocturna, seja pela própria população local, Braga pareceu-me uma cidade bastante agitada. Outra coisa a reter é a quantidade de igrejas monumentais e pequenos jardins urbanos, assim como o verde que rodeia toda a cidade.

Jardim de St.Bárbara

Av.Liberdade

Fiquei com muita vontade de voltar. Um dos dias da minha viagem coincidiu com a greve geral portanto fiquei bastante limitada em termos de mobilidade dentro e fora da cidade. Muitos monumentos estavam fechados e não havia autocarros. Assim, decidi subir a pé até ao Bom Jesus de Braga. São cerca de 5 Km desde o centro da cidade. Existe a opção de caminhar paralelo à via rápida ou seguir pelo meio dos bairros locais. Eu escolhi caminhar pelo meio dos bairros. Pareceu-me mais seguro e um simpático vendedor da Bertrand disse-me que por este percurso poderia sentir o cheiro das laranjeiras.

Não senti o cheiro das laranjeiras mas fiquei impressionada com a mistura de rural com urbano. Pelo caminho fui encontrado carros e vacas, casas modernas e challets antigos e tive um íntimo encontro com o Outono.





Depois de subir, subir, subir, por fim cheguei ao escadório do Bom Jesus de Braga. Podia optar por subir os 581 degraus ou apanhar o funicular. Decantei-me pela segunda opção. 1,50€ (2€ ida/volta). Sentei-me na esplanada a tomar um cimbalino e a desfrutar das magníficas vistas. Adorei o jardim circundante mas confesso que a Catedral não é nada de especial. Depois desci a pé e voltei ao centro da cidade já um pouco cansada de caminhar. 







 Quando cheguei ao HostalPop Braga tinha à minha espera uma iniciativa que visa promover o turismo alternativo, i.e, o turismo para além dos principais monumentos de interesse cultural etc...A Helena, a simpática dona do Pop Braga- um Hostal que recomendo pelo acolhimento familiar e pela limpeza, sobretudo dos WC- tem uma amiga que defende um tipo de turismo mais alternativo. Assim, convidou os hóspedes a jantarem sendo que nós é que fizémos o jantar: pataniscas de Bacalhau com arroz malandro. No fim, fez-nos um vídeo a perguntar o que tínhamos achado da experiência e se, na qualidade de turistas, estaríamos dispostos a pagar para ter uma experiência como essa. O vídeo seria apresentado numa junta não-sei-quê para, quizás, conseguir financiamento e poder levar o projecto adiante. Oxalá que sim. Viva o empreendorismo jovem! Abaixo o pessimismo!


Para a memória dos dias em Braga fica a visita à livraria 100ª página, instalada na Casa Rolão, no centro da cidade (uma sugestão do Pop Hostal). Sinto um fascínio por livrarias-cafetarias. Quando for grande quero ter uma e esta era a ideal. Num edifício antigo do século XVIII, estilo barroco e um empregado que sabe tudo sobre livros. Como se não fosse suficiente vejam quem é que estava à porta a fazer de cicerone:



A minha viagem pelo Norte de Portugal terminou aqui. Depois andei 1 ½ semana entre Lisboa, Sintra e Azambuja a despedir-me da família e dos maravilhosos amigos. Voltei para Espanha a bordo do Lusitânia TrenHotel e foi das viagens mais aborrecidas que fiz. O comboio parte de Santa Apolónia às 21h18 portanto todo o trajecto é feito em plena noite. Quando, por fim, cheguei a Madrid, fui recebida por uns simpáticos 5ºC!!!
Apaixonei-me pelo Norte do meu país, pelas sua gentes, pelo ar fresco e pelo intenso verde das paisagens. 

 Obrigada Portugal


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