sábado, 4 de outubro de 2014

Primeiras filosofias sobre a maternidade

No outro dia uma pessoa bastante mais velha perguntou-me se eu queria ser mãe. Eu respondi-lhe que sim, que tenho muita vontade de o ser. Disse-lhe também que acho que a minha idade é ideal para se ter um filho, mas que no meu caso ainda não tenha acontecido porque não encontrei uma pessoa com quem partilhar esse desejo/projecto. Então, ela disse-me taxativamente que a culpa disso era minha porque ando sempre a mudar de destino final. Eu concordei em parte, mas acrescentei alguns pontos de vista.

É certo que o facto de ter mudado de país cinco vezes nos ultimos seis anos, não abona a favor do meu desejo de ser mãe, mas será que ficando estática no mesmo sítio, eu iria conseguir “pescar” um fazedor de filhos? Aliás, só há cerca de dois ou três anos é que comecei a pensar nesse assunto mais a sério e comecei a ouvir o meu corpo e a minha mente. Até então vivia plácidamente e até dúvidava do meu instinto maternal.
Estabilizando a minha vida num só sítio com esse propósito só vai provocar que eu encontre um “gajo” que me faça um filho, que provavelmente “viva lá em casa” e que divida as contas da electricidade comigo. Só isso.E não é isso que eu quero. Prefiro ter uma produção independente e dividir as contas da electricidade com amigos. Também me tem ocorrido que secalhar hà vidas que não são para ser vividas por mim e que talvez o meu destino não passe por encontrar alguém ou ser mãe. Infelizmente essa é uma realidade que pondero cada vez mais contra toda a minha pena se isso for realmente assim.

Depois também penso que ficando parada, as probabilidades de encontrar uma pessoa parada são muito altas. Poderei ser feliz ao lado duma pessoa que nunca saiu da sua zona de conforto? E se sei que não posso ser feliz com essa pessoa, para quê ter um filho com ela?


De amores e paixões tenho mil e uma histórias. A questão não vai por ai. Se ainda não lançei a minha âncora em terra firme é porque ainda não encontrei ninguém capaz de me ajudar a lançá-la e uma âncora tem um certo peso que eu sózinha não aguento. Tropeçei em muita gente mas só isso. Tive muita companhia, mas companheiros...são mais raros que um trevo de quatro folhas. Quem os tem que os estime.

1 comentário:

António V. Dias disse...

E eu achava que raras eram mulheres descomplicadas