terça-feira, 14 de outubro de 2008

Saudades disto tudo

















"Conchita Cintron eu hoje estou chicharreiro como dizem os alentejanos e apetece-me verdadeiramente falar contigo..."Papá Lopes

MARGEM SUL (CANÇÃO PATULEIA)

Ó Alentejo dos pobres,
reino da desolação,
não sirvas quem te despreza,
é tua a tua nação.

Não vás a terras alheias
lançar sementes de morte.
É na terra do teu pão
que se joga a tua sorte.

Terra sangrenta de Serpa,
terra morena de Moura,
vilas de angústia em botão,
doce raiva em Baleizão.

Ó margem esquerda do Verão
mais quente de Portugal,
margem esquerda deste amor
feito de fome e de sal.

A foice dos teus ceifeiros
trago no peito gravada,
ó minha terra morena
como bandeira sonhada.

Terra sangrenta de Serpa,
terra morena de Moura,
vilas de angústia em botão,
doce raiva em Baleizão.

Poema: Urbano Tavares Rodrigues
Intérprete: Adriano Correia de Oliveira
(in "Margem Sul", Orfeu, 1967; "Obra Completa", Movieplay, 1994)


Sugiro leitura dos livros do Dr.Bento Caldeira, Edicoes Colibri

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigada pelo pequeno tributo que fazes a essa grande terra...o Alentejo!