quarta-feira, 2 de junho de 2010

La Faróla


Fonte: El pais

La Farola está para Madrid como a Cais está para Lisboa. Vende-na sobretudo às portas dos supermecados e "la fiesta" também está patente na abordagem e na maneira de vender.
Os vendedores são sobretudo imigrantes da África Subsahariana e têm um temperamento muito peculiar. Alguns estão cá há anos e só sabem dizer meia dúzia de palavras entre as quais cariño e guapa. Assim, mesmo quando não têm intenções libidinosas ou agressivas o discurso que utilizam para cativar os transeuntes por vezes é um pouco estranha.

Numa das entradas do El Corte Inglés de Quevedo está um jovem que diz num tom de voz esganiçada "Hey guapa,guapa...hey, hey, hey..que paaasa cariño???". E numa das ruas da Calle Princesa há outro que diz num tom de voz muito dramático "Hola cariño, estoy moriendo de hambre...una moneda..." e anda de um lado ao outro da rua como louco. A primeira vez que o vi fiquei bastante sensibilizada e voltei atrás para contribuir. Depois compreendi que é tudo uma questão de marketing e auto-confiança portanto agora ajudo em número ou em género os mais caladinhos, os que dizem com a voz quase sumida " Buenos Dias Señorita"...

E gosto de todos eles e apetece-me falar um bocadinho com cada um deles. Gosto sobretudo da alegria que imprimem às ruas madrileñas, dos sorrisos e do dircurso de abordagem tão diferente, da vontade que têm de ficar e no esforço que fazem a cada dia. Suponho que a maioria atravessou de barco os 14 KM que separam o continente africano do continente europeu portanto são já , à partida, CAMPEÕES!

(clicar no título s.f.f.)

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