quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Apaixonada



Apaixonada pelo meu trabalho, aqui em Espanha.

Trabalho numa ONG que angaria fundos estatais e privados para desenvolver projectos interessantíssimos em África. O escritório é muito aústero assim como os rendimentos de cada um. Eu tenho 1 bolsa Leonardo Da Vinci que me rende quase 620€/mês. A ONG não me dá qualquer recompensa monetária, apenas o conhecimento e o prazer que sinto cada dia ao levantar-me pela manhã (¿¿¿que pasa conmigo???)e, durante cerca de 4 horas diárias (às vezes mais) perder-me na organização do ficheiro de projectos. Entre documentos, fotos e cartas pessoais vejo um mundo que, sem dúvida, está perdido, mas pelo qual não podemos deixar de lutar.
Todos os dias admiro um pouco mais as minhas colegas de trabalho. Nota-se que são ladies de classe média/alta e, portanto, o trabalho que desenvolvem gratuitamente é uma atitude de altruísmo. São 2 irmãs com mais de 65 anos mais 1 prima da mesma geração e, representam em atitude, o que eu quero ser quando tiver a idade delas. Além disso são umas queridas e, ás vezes, trazem-me comidinha caseira.O Presidente é o estereotipo de um visionário: cabelo desgranhado, fala mais rápido que as próprias palavras e tem o mundo no sorriso dos olhos azuis. Praticam, sem dúvida, cooperação e desenvolvimento. E fazem-no de forma tão genuína que arrastam com eles 1 teia de solidariedade entre amigos e conhecidos que, mais ou menos, ocupados, mais ou menos snobs, dão 1 mãozinha à ONG.
E eu sou atraída pela teia e estou ali no meio deles a aprender com os verdadeiros mestres da acção. (entretanto sinto cada vez mais desprezo pelos professores universitários acomodados aos seus postos e de duvidoso prestígio, que nos fazem perder tempo e dinheiro)