quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010




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Perdoem-me. Sei que o meu discurso pré-Espanha se assemelha ao discurso de um candidato em campanha eleitoral. Prometi-vos que iria escrever e partilhar convosco esta experiência porém consegui que este blog se tornasse num espaço adormecido.

Se me permitem passo a justificar-me .

Haverá concerteza coisas interessantes sobre as quais escrever : cafés, ruas, museus, festas, comida, etc... contudo é sobre pessoas, culturas e câmbios entre as mesmas que gosto mais de escrever e, sobre isso, não há muito que contar. Estou 100% integrada e profundamente feliz. Aquilo que aqui é diferente não me incomoda. Sou bem tratada e, na maioria das vezes, tratam-me como um deles. Entendo o que dizem e faço-me entender. Sinto-me em casa e feliz como alguém que encontra um amor pelo qual lutou e esperou. Não há volta a dar: assumo-me como lusocastelhana sem qualquer pudor.
Poderia perder-me em redundantes comparações entre Portugal e Espanha no entanto parece-me pejorativo para ambos os países porque têm tanto em comum como de diferente (mais tarde farei algumas considerações sobre o tema, hoje não,que estou enamorada).

Penso que no final do estágio vou continuar por cá. As oportunidades de trabalho são as mesmas e os salários, embora sejam mais elevados, resultam no mesmo - os preços são os mesmos ou ligeiramente mais altos na maioria das coisas e o aluguer das casas é o triplo (1 apartamento de 3 assoalhadas custa em média 300.000€)- mas Espanha é tolerante e isso, mais que tudo, atraí-me. Respira-se Igualdade e há lugar para todos.
A crise afectou muitissimo a ecónomia e, sobretudo, a autoestima dos espanhóis. Exacerbou ainda mais o nacionalismo separatista e a descrença no Socialismo porém ninguém diz que a culpa é dos imigrantes, tal como não se acusa o governo de estar mais preocupado com os gays do que com a Educação. Aqui todos os assuntos são importantes e têm de ser discutido!Ninguém poderá dizer que foi discriminado ou defraudado em expectativas em Espanha. E não falo de la fiesta española e outros estereotipos, falo de desenvolvimento pessoal, profissional e social.
Já não me convencem os países desenvolvidos da Europa central considerados sempre como exemplo. A vida real é feita de uma música que Espanha sabe bailar como nenhum outro, Olé!

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