Existe em Maputo, perto do exclusivo Clube Náutico,
na Marginal, uma zona na água com esteiras de madeira em forma de rectângulo em
avançado estado de degração.
Revelam-me as fontes orais e documentais que ditas
esteiras serviam de protecção contra os tubarões no idos anos aúreos da
Lourenço Marques.
Situado na antiga Praia da Polana as esteiras de
madeira foram colocadas por volta dos anos vinte do século passado. Assim, os
frequentadores do Salão de Chá (imponente edíficio desaparecido há alguma
décadas) podiam desfrutar das pranchas de salto e de uns bons mergulhos a salvo
dos temíveis tubarões moçambicanos.
Quanto a mim não posso deixar de sorrir com certa
ironia ao pensar nessa bela mistura de tubarões com a classe alta. Também me
vem à ideia uma comparação dos tempos idos com os tempos actuais. Se é verdade
que antigamente aquele que quisesse molhar o pé no Índico da Marginal teria de
ter cuidado com os tubarões, é ainda mais verdade que aquele que actualmente
queira simplesmente desfrutar da vista à beira mar na Marginal terá de ter um
par de tomates digno de um super-tubarão já que esta é uma zona da cidade-
quizás a mais bela e apetecível- que infelizmente está totalmente abandonada e
é sem dúvida um perigoso sítio de passo.
Para outros post ficam a História e as histórias da
Costa do Sol, ainda sujeitas a investigações. Revelo, no entanto, que é uma
zona da cidade que lhe atribuí uma beleza singular,apenas há meio século estava
afastada da cidade e actualmente é zona de passo obrigatório para quem quer ir
ao Mercado do Peixe ou simplesmente dar uma volta na beira-mar em Maputo. É
também o reflexo da falta de civismo que vigora entre os habitantes de Maputo
já que um simples passeio sem chinelos na areia fofinha da praia é um salto de
kamikaze para os pés daquele que a isso se atreva.
Fonte:restosdecoleccao.blogspot.com/ |
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