quarta-feira, 24 de junho de 2009

Lisboa, queres casar comigo?



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“No Castelo ponho o cotovelo, em Alfama descanso o olhar e assim desfaço o novelo, de azul e mar”

Observo Lisboa. Sinto-a dentro de mim.Hoje é feriado e as ruas estão cheias. O Sol e o calor apareceram para dizer aos turistas de pele encarnada, que enchem as ruas, que são muito bem-vindos e que voltem sempre.
Poderia passar o resto da vida a percorrer estas ruas e ficar sempre surpreendida com os detalhes desta cidade-capital. Lisboa é diferente. Acolhe-nos e faz-nos sorrir. Há sempre uma janela nova, num prédio velho, com floreiras vestidas de sardinheiras coloridas. Aqui e acoli vejo varandas com mantas penduradas. E ainda as cuecas branco imaculado de uma velhinha, penduradas numa corda. Já vi muitas cidades. Já visitei 8 capitais e nunca vi (ou nunca reparei) esta forma sui-generis de dizer “Welcome to my country”.
Compreendo porque muitos não gostam dela. Tem muito pouco de capital de um país ocidental e desenvolvido. Não que seja inferior mas é como uma grande aldeia. Contudo quando se ama Lisboa, ama-se com a alma toda.E cuida-se. Afinal Lisboa é boa e, finalmente, faz novamenta parte do meu dia a dia.
Do meu 4º andar, dum prédio pombalino, vizinha do Fernando Pessoa,deito-me com as estrelas e acordo com o rio. Isso já é suficiente para me fazer sentir que todas as minhas decisões valeram a pena porque o meu destino trar-me-à sempre aqui.
Talvez sejam tiques de pseudo-intelectualismo mas, quando penso em Lisboa, penso-a como uma cidade-artista alternativa e a mim sabe-me bem estar entre artistas . Não aspiro os seus talentos, apenas a sua companhia.
Esta cidade é a minha namorada e, oxalá fosse portátil para a poder levar comigo para todas as outras cidades onde ainda hei-de viver, porém um dia ganho coragem e peço-a em casamento. Ficamos aqui juntinhas e abraçadinhas a contemplar o Rio, à espera que venha o homem das castanhas. Compramos postais ilustrados e enviamos aos nossos amigos. Vamos a Belém e comemos um Pastel e, ao fim do dia, sentamo-nos no sofá, bebemos um chá de Alecrim, tapamos as pernas com uma mantinha e fazemos amizade com as páginas de um qualquer livro. Na saúde e na doença, todos os dias das nossas vidas até que a morte nos separe.



3 comentários:

Anónimo disse...

:) corri km e km nessa cidade,com altos e baixos como a vida lá vai Lisboa, sempre a olhar para nós a sorrir, o Tejo sempre a soprar um fresquinho, o fado a fazer um quentinho no nosso coração no BA a comer chouriço,bifanas no Rossio,Lisboa é quase tão linda como essa tua cabeça ;)

D

Alhita disse...

espero que ela seja adepta da poligamia ;)

lolita disse...

Lisboa é Lisboa...
única e especial, diferente das outras capitais e por isso mesmo única.. quase mágica.