segunda-feira, 6 de julho de 2009


Quando as vi a primeira vez achei-as nada atraentes. Pensei, para comigo, como é possível um homem com uma alma tão brilhante, tê-las neste estado de pequenez. Tinham até um ar desengonçado, meio torto e desproporcional.
Fiquei desapontada.

Quase decidi ali que não queria estar com ele por causa delas. Felizmente, por necessidade ou por uma atração fatal que sentia pelo seu brilho interior, decidi ignorá-las, pô-las de parte, como um acessório de inferior importância e parti à conquista deste homem que por algum motivo me fascinava.

Falo das suas mãos.O meu encontro com elas não foi, com toda a certeza, um Amor à primeira vista porém 1 ou 2 tentativas e revelaram-se o elemento mais marcante da nossa relação e o que me fazem recordá-lo com uma saudade sem fim.

A suavidade com que pousavam no meu corpo quando era hora de descansar, sem antes,porém, me terem tocado com insaciedade, curiosidade, decisivas e inesquéciveis, quando eu queria estar acordada -e ele também.

E quando percorriam o meu rosto e eu as sentia a percorrem a minha alma. Quando se detiam no meu cabelo acompanhadas pelo seu olhar que me esmurrava o estômago e me acendia as entrepernas.

Se me guiar pelo raciocínio confesso-vos que,inicialmente, não gostava da sua maneira de beijar contudo, hoje, recordo aquela urgência de tocar lábios e linguas e felicidade e desasossego e almas como algo inesquecível. E as suas mãos a acompanharem-no, como a Lua acompanha a noite e o Sol o dia. A percorrem a minha pele. Pousavam certeiras na minha cintura inquieta. Primeiro eram como uma pluma, lentas e leves, depois eram a larva do vulcão em que eu me transformava.

De todas as mãos que conheci estas foram as que menos espelhavam a promessa do que traziam consigo.

Nunca lhe disse como, no fim das contas, as suas mãos, parte do todo que ele era, significaram para mim.
Um dia, se ele,finalmente, responder aos meus emails, digo-lhe, sem rodeios, que quero casar com as maõs dele.

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