O conceito de trabalho digno/adequado evoluíu ao longo do tempo acompanhando a evolução da sociedade e não abonando, nunca, a favor das prostitutas. A estas não é dada a possibilidade de proferirem a expressão popular dos dignos "Puta que se preze come salsichas com batatas e ovos mexidos" porque as putas não são prezadas nem dignas apesar de serem, muitas vezes, a sombra (e o Sol) das grandes instituições da Humanidade, de sempre e para sempre. Mas voltando ao ponto de partida do conceito de dignidade laboral verifica-se que evoluíu bastante ao longo dos tempos.
Na Era da sensual Cleópatra era digno ser "lavador de pés". Actualmente só uns quantos chineses, que se passeiam pelas praias da Linha, é que se atrevem anunciar através de cartazes com preços convidativos a sua mais preciosa arte: lavar pés, cortas unhas das mãos e pés, cortar os pêlos do nariz e ouvidos entre outras relíquias laborais…
Na Idade Média existiam uma espécie de carrascos psicológicos que após a extremaunção do moribundo eram chamados para ouvirem os segredos mais intímos do futuro defunto que, na possibilidade de levar peso na consciência para o outro mundo, o depositava no dignatário confessor do último sopro. Felizmente nas sociedades ocidentais estes "beneficiários" foram extintos deixando apenas como cópia falsificada as malogradas porteiras…
Posteriormente na Era dos grandes latifundiários existiam as ceifeiras. Trabalhavam felizes de Sol a Sol,a maioria, desconfio, sem sequer saberem que contribuíam para o majestoso, colossal e salazarista "Alentejo:Celeiro de Portugal". Desfilavam com as suas magnificas indumentárias, cantavam as suas alegres "saias", alimentadas a pão e azeitonas. A maioria nunca viu reconhecido o seu trabalho em termos de benefícios na reforma.Hoje em dia esse trabalho é pró preto… E pra prêta está reservado o trabalho (aqui peço que reflictam entre o conceito de trabalho e conceito de emprego)que, nos tempos modernos é considerado o mais indígno de todos:mulher de limpeza.
Com o alargamento geral da ecónomia ao sector terciário surgiram os grandes escritórios, centros comerciais, serviços de atendimento ao público. Para todos eles é desejada limpeza, ordem e prosperiedade. As equipas de limpeza são compostas maioritariamente por mulheres imigrantes, segundos dados do CNAI, ACIDI. Estas são alvo de escárnio e mal-dizer social( "se não estudas vais ser empregada de limpeza")porém o trabalho delas é essencial à saúde pública. Por vezes entramos nos WC públicos e deparamo-nos com um espectáculo indigno à vista e à vesícula. Nem nos apercebemos que sem estas fadas de luvas de borracha, bata azul e cheiro a lixívia a realidade seria bastante mais degradante e poria em causa a saúde publica e salubridade almejadas aquando da criação das políticas de saneamento no pós-revolução industrial.No fundo elas são licenciadas em Saúde publica, numa Universidade Publica. Mesmo assim a sociedade cobra-lhes mensalidades exurbitantes e dá-lhes como contrapartida um ordenado miserável, horas extra nunca recompensadas e no final nem sequer têm direito a Diploma de conclusão.Espertas são elas que, de quando em vez, desviam 5 Litros de detergente rasca. E nós? Somos injustos, cruéis e nem percebemos que , mesmo diplomados, pertencemos ao mesmo extracto social (ou iremos pertencer brevemente) e estamos mais próximos de sermos nadadores-salvadores de corpos mortos a boiar nas sanitas do que Exmos Presidentes , Directores e Engenheiros (excepção feita aos Doutores da Independente)
Na Era da sensual Cleópatra era digno ser "lavador de pés". Actualmente só uns quantos chineses, que se passeiam pelas praias da Linha, é que se atrevem anunciar através de cartazes com preços convidativos a sua mais preciosa arte: lavar pés, cortas unhas das mãos e pés, cortar os pêlos do nariz e ouvidos entre outras relíquias laborais…
Na Idade Média existiam uma espécie de carrascos psicológicos que após a extremaunção do moribundo eram chamados para ouvirem os segredos mais intímos do futuro defunto que, na possibilidade de levar peso na consciência para o outro mundo, o depositava no dignatário confessor do último sopro. Felizmente nas sociedades ocidentais estes "beneficiários" foram extintos deixando apenas como cópia falsificada as malogradas porteiras…
Posteriormente na Era dos grandes latifundiários existiam as ceifeiras. Trabalhavam felizes de Sol a Sol,a maioria, desconfio, sem sequer saberem que contribuíam para o majestoso, colossal e salazarista "Alentejo:Celeiro de Portugal". Desfilavam com as suas magnificas indumentárias, cantavam as suas alegres "saias", alimentadas a pão e azeitonas. A maioria nunca viu reconhecido o seu trabalho em termos de benefícios na reforma.Hoje em dia esse trabalho é pró preto… E pra prêta está reservado o trabalho (aqui peço que reflictam entre o conceito de trabalho e conceito de emprego)que, nos tempos modernos é considerado o mais indígno de todos:mulher de limpeza.
Com o alargamento geral da ecónomia ao sector terciário surgiram os grandes escritórios, centros comerciais, serviços de atendimento ao público. Para todos eles é desejada limpeza, ordem e prosperiedade. As equipas de limpeza são compostas maioritariamente por mulheres imigrantes, segundos dados do CNAI, ACIDI. Estas são alvo de escárnio e mal-dizer social( "se não estudas vais ser empregada de limpeza")porém o trabalho delas é essencial à saúde pública. Por vezes entramos nos WC públicos e deparamo-nos com um espectáculo indigno à vista e à vesícula. Nem nos apercebemos que sem estas fadas de luvas de borracha, bata azul e cheiro a lixívia a realidade seria bastante mais degradante e poria em causa a saúde publica e salubridade almejadas aquando da criação das políticas de saneamento no pós-revolução industrial.No fundo elas são licenciadas em Saúde publica, numa Universidade Publica. Mesmo assim a sociedade cobra-lhes mensalidades exurbitantes e dá-lhes como contrapartida um ordenado miserável, horas extra nunca recompensadas e no final nem sequer têm direito a Diploma de conclusão.Espertas são elas que, de quando em vez, desviam 5 Litros de detergente rasca. E nós? Somos injustos, cruéis e nem percebemos que , mesmo diplomados, pertencemos ao mesmo extracto social (ou iremos pertencer brevemente) e estamos mais próximos de sermos nadadores-salvadores de corpos mortos a boiar nas sanitas do que Exmos Presidentes , Directores e Engenheiros (excepção feita aos Doutores da Independente)
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