Primeiro passo: a reportagem
Comecei
a pensar o que é que estava ao meu alcance para ajudar um pouco mais e melhor
as irmãs e as meninas do orfanato. Pensei que a melhor maneira seria pôr-me em
contacto com alguém que tivesse certa visibilidade para que pudesse divulgar o
projecto de apadrinhamento.
Eis, senão quando me lembrei que a Cocó na Fralda tem uma rúbrica dedicada à
realização de sonhos e iniciativas de cariz social. Contactei com ela e imediatamente
interessou-se não só pelas meninas, mas também pela minha história pessoal e
motivações que me levaram a Moçambique. Assim,
num belo dia de Setembro- que eu ainda não descobri qual foi- saíu no Jornal de Noticias uma reportagem sobre mim e
sobre o programa de apadrinhamento das meninas da Casa Mãe Clara.
E a Codil leu a reportagem
Alguns
dias volvidos da publicação da reportagem, ligou para o orfanato um senhor
muito simpático chamado Vitor Mota, director da Codil, uma empresa portuguesa que fabrica soluções em plástico.,
com sucursal em Maputo. Contou-me
que o chefe dele tinha lido a reportagem e, desde Portugal, lhe tinha pedido
que nos contactasse e auscultasse as necessidades da casa.
Assim,
numa bela manhã de uma Sexta-feira o nosso D. Quixote apareceu acompanhado de
outros dois colegas, o João e o Mauro, e trouxe-nos 100 pratos de plástico, 100
copos de plástico, 100 jarras de plástico, 60 pratos de plástico para pic-nic e
um alguidar gigante onde a pequena Jeni pode fazer de conta que está na
piscina.
Não
me importa estar descaradamente a fazer-vos gramar com publicidade. A Codil
preocupou-se e decidiu compromoter-se socialmente com um projecto. Podiam
estar-se marimbando para a pobreza dos moçambicanos e manter-se à margem na
borbulha sediada nos bairros de Sommerchield e Polana. Não foi isso que
aconteceu, por isso, o meu desejo é que a Codil cresça em força, que todos os
que me estão a ler comprem plásticos fabricados por eles e que eles continuem a
ajudar as “minhas” crianças.
Apadrinhar crianças da Mãe Clara
Bom,
mas como o meu ego não aguentou o facto de ter saído uma reportagem com a minha
história e a minha foto num dos jornais de maior tiragem de Portugal, decidi
enviar um e-mail a todos os meus contactos da Peninsula Ibérica. Quase me
mijava nas calças de tanto orgulho!
Os
apoios começaram a chegar, sobretudo de Espanha. A Rosa, minha amiga, enviou uma
ajuda para comprar fruta ( Rosa es la dueña del establecimiento de estética
donde yo hice la depilación y me
auto-regalé unos mimitos durante los tres años que viví en Madrid, el
Beauty-Zen, en Paseo del Molino, Legazpi).
Depois
a Mónica, luso-espanhola e minha antiga companheira de trabalho, decidiu
apadrinhar uma criança. “Impingi-lhe” a Vanessa, uma menina linda de 11 anos
que ficou orfã este ano e, portanto, ainda não tem padrinhos a quem escrever e
que a cuidem, mesmo à distância.
Se
vocês estiverem interessados em apadrinharem alguma das nossas crianças podem
consultar as condições e procedimentos na página do Lar http://casamariaclara.no.sapo.pt/ ou contactem a Madre Superior, Irmã Ana Paula paulinhaartur@gmail.com
À
parte a informação institucional, garanto-vos que a Casa Mãe Clara é um dos
projectos mais sérios que conheci. Durante todos estes meses em que estou a
colaborar com as irmãs, percebi que todo e qualquer tostão que lhes chega através
de ajudas é canalizado prioritáriamente para a alimentação e educação das
crianças que elas se comprometeram a criar.
Não
ponho em causa a gestão e acção das outras instituições, sejam fundações ou ONG´s,
mas a minha experiência em Moçambique e o contacto mais que directo com
maneiras de trabalhar que deixam tudo a desejar, levam-me a aconselhar aqueles
que querem ajudar a pensarem muito bem antes de entregarem os seus recursos financeiros
a qualquer entidade. Infelizmente, há uma grande falta de valores no meio.
Sintam-se, pois, convidados a ajudar. Parafraseando a própria Mãe Clara "Fazer o bem onde há bem a fazer".
*Muito obrigado
Sem comentários:
Enviar um comentário