Lo bueno que tienen los palos que la vida te da es que al menos, con ellos, viene la falta de apetite y uno puede afinar un poquito la cintura que se había descuidado
domingo, 27 de outubro de 2013
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
La perdida+ a despedida: o mais triste 2 em 1
No outro dia uma amiga amiga de infância pôs no muro do FB
dela a seguinte frase "Pessoas caladas têm mentes
barulhentas". Não podia estar mais de acordo. Acho que por vezes nos
sentimos parcos em palavras porque cá dentro está tudo de pernas para o ar. As
ideias e os sentimentos estão todos misturados e, os problemas de expressão
tornam-se mais evidentes se cá dentro se sente o peso de uma rocha em dor e
tristeza.
Viver o fim de uma relação à qual se deu muito implica uma
grande capacidade de gerir e canalizar sentimentos para o caixote do lixo.
Depois da confusão inicial e de ultrapassada a fase de negação, acredito que
ninguém gosta de carregar no peito a sensação de frustração, ciúme, injustiça e
precipício. O segredo está em saber manter o equilíbrio e reaprender a andar
sózinho, sem aquela querida companhia ( e isto não é pêra doce).
Por isso, quero partilhar convosco que a vida me
presenteou um final de relação 2 em 1.
No dia 2 de Outubro disse adeus a Moçambique. Ficaram na
calha tantos sonhos por cumprir e tanto por conhecer, dar e receber. A terra
das capulanas e dos sorrisos maningue tranquilos ficará para sempre a palpitar
no meu coração. Sei que não tarda nada vou começar a padecer do mal de
África- impossível esquecer aquele chão cor de fogo- e, portanto não ponho de
parte um regresso.
Quanto ao outro final, embora tenha tido muitos meses para
crer no que os meus olhos viam, o meu coração pressentia e o meu corpo doía,
ainda estou atónita.
A minha cabeça cansada já assume o final mas a minha
saudade ainda não consegue perceber em que momento é que a minha artéria aorta
portuguesa sofreu um corte daquela artéria aorta espanhola.
Acabou-se, pois, a união ibérica mais linda que o mundo
jamais havia visto. Tenho o meu coração inteiro para aqui a sangrar por ter
perdido a melhor, mais querida e mais amada metade de coração a quem se tinha
dado. Nunca tinha dado tanto a
ninguém e aceitado com tanto altruísmo as dificuldades inerentes a uma relação,
mas há muito tempo que uma das patas coxeava insistentemente e para mim deixou
de ser suportável ter a coluna em diagonal.
O pior já passou. Posso aceitar que chegou o fim. Agora,
cada dia é dia de ir ao posto socorro fazer o curativo. E um dia, quando menos
esperar, voltarei a encontrar a minha meia tortilha que me há-de fazer feliz (
ou o meio azulejo, ou a meia chamussa, ou a meia pizza, ou a meia
fish&chips, ou sei lá...).
E a vida não é mais que isto: sorrir, cair, sofrer até
voltar a sorrir novamente.
Obrigada por terem acompanhado a minha vida em
Moçambique. Brevemente tratei detalhes da minha volta à Lusolândia,
que não cessa de me dar as boas-vindas com um sol maravilhoso.
![]() |
Ele tem sempre as palavras que eu preciso numa voz que me marea |
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Caixote do lixo
"hay momentos en la vida, en los que la tristeza es tan grande que nada ni nadie puede hacer que desaparezca... solo uno es la fuente de poder para que esos momentos se dispersen en el tiempo"...
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Maningue Kanimambo*: apadrinhar e ajudar as meninas da Mãe Clara
Primeiro passo: a reportagem
Comecei
a pensar o que é que estava ao meu alcance para ajudar um pouco mais e melhor
as irmãs e as meninas do orfanato. Pensei que a melhor maneira seria pôr-me em
contacto com alguém que tivesse certa visibilidade para que pudesse divulgar o
projecto de apadrinhamento.
Eis, senão quando me lembrei que a Cocó na Fralda tem uma rúbrica dedicada à
realização de sonhos e iniciativas de cariz social. Contactei com ela e imediatamente
interessou-se não só pelas meninas, mas também pela minha história pessoal e
motivações que me levaram a Moçambique. Assim,
num belo dia de Setembro- que eu ainda não descobri qual foi- saíu no Jornal de Noticias uma reportagem sobre mim e
sobre o programa de apadrinhamento das meninas da Casa Mãe Clara.
E a Codil leu a reportagem
Alguns
dias volvidos da publicação da reportagem, ligou para o orfanato um senhor
muito simpático chamado Vitor Mota, director da Codil, uma empresa portuguesa que fabrica soluções em plástico.,
com sucursal em Maputo. Contou-me
que o chefe dele tinha lido a reportagem e, desde Portugal, lhe tinha pedido
que nos contactasse e auscultasse as necessidades da casa.
Assim,
numa bela manhã de uma Sexta-feira o nosso D. Quixote apareceu acompanhado de
outros dois colegas, o João e o Mauro, e trouxe-nos 100 pratos de plástico, 100
copos de plástico, 100 jarras de plástico, 60 pratos de plástico para pic-nic e
um alguidar gigante onde a pequena Jeni pode fazer de conta que está na
piscina.
Não
me importa estar descaradamente a fazer-vos gramar com publicidade. A Codil
preocupou-se e decidiu compromoter-se socialmente com um projecto. Podiam
estar-se marimbando para a pobreza dos moçambicanos e manter-se à margem na
borbulha sediada nos bairros de Sommerchield e Polana. Não foi isso que
aconteceu, por isso, o meu desejo é que a Codil cresça em força, que todos os
que me estão a ler comprem plásticos fabricados por eles e que eles continuem a
ajudar as “minhas” crianças.
Apadrinhar crianças da Mãe Clara
Bom,
mas como o meu ego não aguentou o facto de ter saído uma reportagem com a minha
história e a minha foto num dos jornais de maior tiragem de Portugal, decidi
enviar um e-mail a todos os meus contactos da Peninsula Ibérica. Quase me
mijava nas calças de tanto orgulho!
Os
apoios começaram a chegar, sobretudo de Espanha. A Rosa, minha amiga, enviou uma
ajuda para comprar fruta ( Rosa es la dueña del establecimiento de estética
donde yo hice la depilación y me
auto-regalé unos mimitos durante los tres años que viví en Madrid, el
Beauty-Zen, en Paseo del Molino, Legazpi).
Depois
a Mónica, luso-espanhola e minha antiga companheira de trabalho, decidiu
apadrinhar uma criança. “Impingi-lhe” a Vanessa, uma menina linda de 11 anos
que ficou orfã este ano e, portanto, ainda não tem padrinhos a quem escrever e
que a cuidem, mesmo à distância.
Se
vocês estiverem interessados em apadrinharem alguma das nossas crianças podem
consultar as condições e procedimentos na página do Lar http://casamariaclara.no.sapo.pt/ ou contactem a Madre Superior, Irmã Ana Paula paulinhaartur@gmail.com
À
parte a informação institucional, garanto-vos que a Casa Mãe Clara é um dos
projectos mais sérios que conheci. Durante todos estes meses em que estou a
colaborar com as irmãs, percebi que todo e qualquer tostão que lhes chega através
de ajudas é canalizado prioritáriamente para a alimentação e educação das
crianças que elas se comprometeram a criar.
Não
ponho em causa a gestão e acção das outras instituições, sejam fundações ou ONG´s,
mas a minha experiência em Moçambique e o contacto mais que directo com
maneiras de trabalhar que deixam tudo a desejar, levam-me a aconselhar aqueles
que querem ajudar a pensarem muito bem antes de entregarem os seus recursos financeiros
a qualquer entidade. Infelizmente, há uma grande falta de valores no meio.
Sintam-se, pois, convidados a ajudar. Parafraseando a própria Mãe Clara "Fazer o bem onde há bem a fazer".
*Muito obrigado
Subscrever:
Mensagens (Atom)