quinta-feira, 16 de setembro de 2010

ups...peço desculpa sr.....manequim

Nem vale a pena perguntar-vos se também já vos aconteceu entrarem numa loja, tropeçarem num manequim e pedirem desculpa.....

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Hoje foi um dia triste...A minha colega de trabalho, a Elena, foi despedida sem pré-aviso, sem repreensões, sem nada. Estávamos todos sentados a trabalhar e chegou o advogado que normalmente vem para despedir os empregados, porque o Director da empresa, um verdadeiro cobarde, nunca está nestes dias. Chamou-a para uma conversa em privado e despediu-a...Ela nunca tinha sido chamada a atenção por nenhum erro mais evidente...Foi uma surpresa.

E hoje foi ela, e amanhã posso ser eu. E assim está o mercado laboral.

Quem pode dormir tranquilo?

domingo, 5 de setembro de 2010

Se eu tivesse de personificar a simplicidade da vida fa-lo-ia com o que vejo, sinto e penso agora mesmo...


Fonte:http://maramarolhares.blogs.sapo.pt/

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São 19h45, 3 de Setembro, um dia que tem já nuances de Outuno porém ainda padece do calor típico de um dia quente de Verão: estão cerca de 30ºGraus. Corre uma aragem fresca e a copa das árvores abana ligeiramente. Vejo sair de uma chaminé fumo e imagino que alguém estará a fazer pão de forno. Por baixo da janela da casa onde estou hospedada ouço as conversas pitorescas dos da 3ºidade que vêm todos os finais de tarde sentarem-se num banco de jardim, num jardim de asfalto, numa pequena rua rodeada de muros não muito altos, pintados com cale e ornamentados com bocados de vidro , não vá o diabo tecê-las.
Não sei do que falam porque não os entendo mas entendo o que sentem e o que pensam. Também me sentei muitas vezes, noutros finais de tarde, de outros lugares e comparti conversa com esta gente de roupa carregada de viuvez, acompanhada de amarguras e memórias nostálgica de tempos descritos como “aquilo é que eram tempos” e de bengalas que, no meu ver, servem ora para apoiar as mazelas do corpo, ora para darem bengaladas na morte-

Olho um bocado mais além do horizonte e reparo nos pássaros negros que sobrevoam o pequeno céu, da pequena aldeia que é Guadamur. Parecem-me andorinhas porém não ponho as minhas mãos no fogo que dos tempos passados com a 3ªidade não tive tempo de colher todo o conhecimento e faltaram-me os detalhes da natureza! Bom, caso sejam andorinhas suponho que estão numa azafáma tão grande porque, seguramente, já têm bilhete comprado para outras paragens e têm pressa, não obstante sentem alguma nostalgia pelos tempos que passaram com estes vizinhos, entre uma piscina e outra, entre um limoeiro e um telhado de uma pequena casinha.Isto faria eu se fosse andorinha, em Setembro.

Entretanto aborrecida por não entender o espanhol destes velhinhos decidi pôr o mp4 do meu namorado e eis que fui agradavelmente surpreendida por 1 playlist compostas por musica roubada aos Madredeus. Que voz e que significado tem para mim a composição destes tipos.
Imediatamente, entre guitarras portuguesas e andorinhas a sobrevoarem o céu de forma louca, a minha mente viajou até aos céus de Lisboa habitados por andorinhas anarquistas. Digo céus, no plural,porque são mil e cada um diferente e cheio de emoções e pormenores. Tenho saudades destes céus e da companhia que, mesmo longe, me continuam a fazer. Oxalá me chegasse uma brisa de Oeste com os primeiros aromas do Outono lisboeta.

Sabem, é duro estar longe. Embora nem tudo seja eterno há um momento em que temos de escolher. Cada dia que passo longe de Lisboa sei que quero ser para sempre habitante das suas rotinas porém, se estou em Lisboa, o mundo começa a parecer-me maior, desconhecido e atractivo e o despertador começa a tocar cada vez mais alto até que é hora de partir outra vez.

Deixo-vos com esta reflexão para continuar a desfrutar, neste lado da fronteira, deste dia simples observando desde uma janela um mundo de velhinhos com bengalas e passados, andorinhas, musica e dúvida feitas de tranquilidade.
Dedico este post aos que, por terem partido, se sentiram alguma vez sós e alguma vez orgulhosos, e alguma vez cobardes e alguma vez heróis. Dedico também aos que nunca partiram porque sabem que é dificil a vida sem andorinhas anarquistas.